sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sucessor de São Vicente apresenta pistas de como se deve fazer a nova oração pela beatificação de Ozanam


O padre Gregory Gay, considerado o 27º sucessor de São Vicente de Paulo, aprovou a oração proposta pela Conselho Geral Internacional. “Penso que esta ela resume de modo simples e atualizado o grande e belo testemunho de vida cristã dado por Frederico Ozanam. Além da esperança de que ela nos consiga trazer a alegria da graça solicitada, seu uso e sua difusão poderão aumentar mais em nós o ardor no serviço dos Pobres e tornar Ozanam mais conhecido e imitado”.
Padre Gregory faz aconselhamentos sobre a forma correta de se rezar. “A nova oração pela canonização do Beato Frederico Ozanam deve ser feita por todos nós, em todos os momentos e ocasiões possíveis, pessoal e/ou comunitariamente. Seja feita sempre com muita fé, esperança e sempre na abertura e na acolhida à vontade de Deus. Seja utilizada em nossos momentos pessoais de oração, em nossas reuniões e encontros”.

Faça a nova oração:

ORAÇÃO PELA CANONIZAÇÃO DO BEATO FREDERICO OZANAM
Na esperança da obtenção de um milagre
Senhor,
Fizeste do beato Frederico Ozanam uma testemunha do Evangelho, maravilhado pelo mistério da Igreja.
Inspiraste seu combate contra a miséria e a injustiça, e o dotaste de uma generosidade incansável, ao serviço de todos aqueles que sofrem.
Em família, ele se revelou filho, irmão, esposo e pai excepcional.
No mundo, sua ardente paixão pela verdade iluminou seu pensamento, seu ensinamento e seus escritos.
À nossa Sociedade, que concebeu como uma rede universal de caridade, ele soprou o espírito de amor, de audácia e da humildade, herdados de São Vicente de Paulo.
Em todos os aspectos de sua breve existência, emerge sua visão profética da sociedade, tanto quanto a influência de suas virtudes.
Por essa multiplicidade de dons, nós te agradecemos Senhor, e solicitamos – se é de tua vontade – a graça de um milagre, pela intercessão do beato Frederico Ozanam.
Possa a Igreja proclamar sua santidade, se esta for providencial para o momento atual.
Nós te pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.

FONTE: BOLETIM BRASILEIRO/ssvpbrasil.org.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Nem tudo na vida é fácil



É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.

É difícil ser fiel, assim como é fácil se aventurar.

... É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.

É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.

É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.

É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.

É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.

É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

Se você errou, peça desculpas... É difícil pedir perdão?Mas quem disse que é fácil ser perdoado?

Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar?Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo, diga... Édificil se abrir?Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?

Se reclamar de você, ouça... É fácil ouvir certas coisas?Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama, ame-o... É facil entregar-se?Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível...

Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos estes sonhos, realidade.
Fonte: Site catequisar.com.br

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A festa de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa


Foi em um dia 27 de novembro, mas em 1830. que Nossa Senhora Apareceu a Santa Catarina de Labouré - Filha da Caridade (Ramo da Família Vicentina). Na oportunidade, a Irmã descreveu o que viu:
"A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica".

Catarina ouviu uma voz, que lhe disse:

"Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir“.
A Virgem Maria também teria recomendado à Irmã a distribuição de medalhas que fossem distribuídas a todas as pessoas, sem nenhum tipo de distinção.
Quando estoura em Paris, em fevereiro de 1832, uma epidemia terrível de cólera, fazendo mais de 20.000 mortos, as Filhas da Caridade começam a distribuir as primeiras medalhas. As curas multiplicam-se, assim como os sinais de proteções e conversões. Algo extraordinário acontece. O povo de Paris chama então a medalha de "milagrosa".

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

terça-feira, 27 de novembro de 2012

SSVP terá representante em encontro com representante do Vaticano


Começa neste domingo (25) o 'II Encontro Preparatório para a Jornada Mundial da Juventude Vicentina', realizado no Rio de Janeiro até o próximo dia 29. Participam deste evento cerca de 300 delegados representantes de movimentos e novas comunidades. A Família Vicentina será representada pela consócia Ada Ferreira, presidenta nacional da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), e a Irmã Risomar Figueiredo (Filha da Caridade). O evento terá a participação do representante do Vaticano, cardeal Stanislaw Rylko .
O convite de participação foi recebido por Yasmine Cajuste, presidenta internacional da Juventude Mariana Vicentina, que o repassou para a equipe central organizadora do Encontro Internacional da Juventude Vicentina.

O EVENTO

Em entrevista ao site 'Rio2013', o diretor do setor de Relações Internacionais da JMJ Rio2013, padre Anísio José, disse que o evento será um momento para atualizar o que foi feito até hoje. "O I Encontro ocorreu em Roca di Papa, na Itália, no final de março deste ano", relembra. "E serviu para avaliar a Jornada de Madri e encaminhar a preparação para a JMJ do Rio".
Ainda segundo para padre Anísio, o evento será uma oportunidade para apresentar mais detalhes sobre a Jornada e conhecer os lugares onde acontecerão os Atos Centrais.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A CNBB e a animação pastoral das vocações e ministérios


 Conhecida como “comissão um” da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada representa a atenção do episcopado brasileiro com as vocações, ministérios e a vida consagrada. Atualmente presidida por dom Pedro Brito Guimarães (foto), a Comissão tem como foco de suas ações a promoção das vocações e ministérios, bem como acompanhar os religiosos e institutos seculares.

No artigo a seguir, o assessor da Comissão, padre Deusmar Jesus da Silva, apresenta um histórico da atuação da CNBB neste campo ao longo dos últimos 60 anos.
COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL
PARA OS MINISTÉRIOS ORDENADOS E A VIDA CONSAGRADA
Olhando os documentos da Igreja, percebemos que o planejamento pastoral foi sempre um valioso instrumento pedagógico que a CNBB encontrou para animar e articular a ação pastoral em nível nacional e regional a partir das Igrejas locais, garantindo, ao mesmo tempo, a presença da Igreja numa sociedade em profundo processo de transformação. A primeira experiência de planejamento pastoral nasceu em 1962 com o Plano de Emergência em pleno clima conciliar. Importante observar que o Plano de Emergência já apresentava uma preocupação vocacional, pois, entre as quatro áreas prioritárias apontadas por este documento para a atuação eclesial, a segunda área denomina-se: “Para uma renovação do Ministério Sacerdotal”.
De 1966 a 1970, a Igreja no Brasil trabalhou sob as orientações do Plano de Pastoral de Conjunto. Estas orientações foram prorrogadas em 1970 e atualizadas em 1975. O Plano de Pastoral de Conjunto inaugurou o esquema das seis linhas pastorais, a saber: Linha 1: Unidade Visível; linha 2: Educação da Fé; linha 3: Ação Missionária e evangelização em setores especiais da pastoral; linha 4: Liturgia; linha 5: Ação Ecumênica e diálogo religioso; e linha 6: Presença no mundo. O setor vocacional fazia parte da linha 1, também faziam parte desta linha, o setor estruturas da Igreja, setor vida religiosa, setor institutos seculares e novas formas de vida consagrada, o setor leigos e o setor juventude.
Na segunda metade da década de 1970, encontramos nos planos bienais dentro dos vários setores da linha 1, relacionados com as vocações e ministérios, projetos que tratam sobre: conselhos presbiterais, atualização teológica, pastoral e espiritual dos presbíteros, atualização para Bispos, capacitação de animadores vocacionais, reflexão sobre pastoral vocacional, formação para o presbiterado, reflexão sobre a força evangelizadora da vida religiosa, vida contemplativa feminina, levantamento das novas formas de vida consagrada no mundo. No final da década de 70 e início de 80, percebemos nos projetos do setor vocações e ministérios, uma preocupação com o diálogo entre teólogos e bispos, a assimilação e aplicação de Puebla e Diretrizes Gerais da Ação Pastoral, as implicações que a opção preferencial pelos pobres traz à vida e ministério dos presbíteros, o ministério da coordenação, o ministério diaconal no Brasil e os ministérios novos nas bases populares.
No início da década de 1980, a Igreja propõe uma ação pastoral a partir das seis linhas com uma nova denominação, a saber: Linha 1: Dimensão comunitária e participativa; linha 2: Dimensão Missionária; linha 3: Dimensão Catequética; linha 4: Dimensão litúrgica; linha 5: Dimensão ecumênica e de diálogo religioso; linha 6: Dimensão profética e transformadora. Os setores: Vocação e Ministérios, Leigos e Estruturas da Igreja, fazem parte da linha 1.
São atividades permanentes do setor Vocações e Ministérios: 1) Incentivar e aprofundar a compreensão da vocação cristã a ser vivenciada nas várias vocações específicas; 2) Aprofundar o sentido e acompanhar a práxis dos ministérios exercidos pelos leigos; 3) Acompanhar a Comissão Nacional do Clero; 4) Acompanhar a Comissão Nacional dos Diáconos; 5) Colaborar com a Conferência dos Religiosos do Brasil e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares, no âmbito das respectivas conferências; 6) Apoiar os cursos para formadores de seminários e implementar juntamente com a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB), encontro de formadores e outros eventos relacionados à formação nos seminários; 7) Promover a Pastoral Vocacional e acompanhar as atividades dos regionais no campo da promoção e formação vocacional; 8) Manter fraterno relacionamento com o setor Vocações e Ministérios do CELAM.
Ainda na década de 1980, o setor Vocações e Ministérios com a Comissão Nacional do Clero e as comissões regionais, promovem o primeiro Encontro Nacional de Presbíteros. Com a OSIB, são promovidos encontros com os formadores de seminários e com os bispos representantes do setor seminários nos regionais. O setor promoveu também encontros nacionais de Pastoral Vocacional, encontros de Bispos recém-ordenados, encontros nacionais das escolas diaconais, cursos de reciclagem para presbíteros diocesanos e cursos para bispos.
O setor para as Vocações e Ministérios, no início da década de 1990, assume como atividades permanentes, além das assumidas nos planos bienais da década anterior: 1º) integrar a Pastoral Vocacional no conjunto da Pastoral Orgânica, privilegiando as pastorais da Juventude, Catequese e Família, organismos (OSIB, CNC e CND), conferências (CRB e CNIS) e movimentos (SERRA); 2º) Apoiar o Conselho Nacional de Leigos no seu esforço de organização e formação; 3º) Ajudar a criar uma consciência sempre maior de um trabalho integrado entre Pastoral Vocacional, formação inicial e permanente dos presbíteros e diáconos, buscando mútuo diálogo entre organismos e conferências, tais como: OSIB, CNC, CND, CNL, CRB e CNIS. Também, no início da década de 1990 acontece o Sínodo dos Bispos sobre a formação presbiteral e à luz da exortação pós-sinodal Pastores Dabo Vobis. O setor Vocações e Ministérios empreendeu a atualização do documento 30 da CNBB, que culminou com a publicação das novas Diretrizes Básicas da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil (Doc. 55). Os Planos Bienais do final da década desta década mudam a nomenclatura referente à comissão dos presbíteros para Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP) e apresentam um projeto de elaboração das Diretrizes Básicas do Diaconado Permanente.
O Plano Bienal para os anos 2000 e 2001, apresenta como um dos objetivos da dimensão comunitária e participativa, aprimorar a formação de bispos, presbíteros, diáconos permanentes, leigos/as e de agentes específicos para que participem com mais eficácia da missão global da Igreja. Dentro do setor Vocações e Ministérios, acrescenta em suas atividades o contato permanente com a direção e o conselho de alunos do Colégio Pio Brasileiro e o acompanhamento e atenção aos Bispos Eméritos. Em 2003 acontece a primeira reunião ampliada do Setor Vocações e Ministérios com a participação da CND, CNP, OSIB e de representantes da CRB, CNIS e também do Conselho Nacional de Leigos (CNL).
A partir do 17º Plano Bienal (2004–2005), o Setor Vocações e Ministérios recebe uma nova denominação, a saber: Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. No 18º Plano Bienal (2006-2007) aparece também o termo Pastoral e, a partir de então, prevalecendo até hoje, a comissão é denominada: “Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada”. Desta comissão fazem parte a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS), a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) a Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), o Serviço de Animação Vocacional (SAV) / Pastoral Vocacional (PV), a Comissão Nacional dos Diáconos (CND) e os Bispos Novos e Eméritos.
Percebemos que, desde a fundação da CNBB, a preocupação com as vocações, ministérios e a vida consagrada esteve presente nos planos de pastoral e projetos da Igreja no Brasil. Foram muitos os Bispos, presbíteros, religiosos (as) e assessores que trabalharam no setor prestando este serviço de suma importância para a caminhada da Igreja. Sem diminuir a importância de todos os projetos e atividades de cada conferência ou organismo da comissão, para o quadriênio 2012 – 2015 queremos destacar: o Encontro Nacional para a Vida Monástica e Contemplativa, o Encontro de Bispos e Formadores sobre a experiência missionária com seminaristas, o Seminário nacional sobre a formação Sacerdotal, o Simpósio Vocacional, a rearticulação da Pastoral Vocacional no Brasil e o trabalho coordenado pela comissão para a criação da Comissão para os Bispos Eméritos.
Procurando dar continuidade ao trabalho de longos anos e articular melhor todas as forças vivas a serviço das vocações, ministérios e vida consagrada, a Comissão tem como eixo condutor: “A partir de Jesus Cristo, Verbo encarnado, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), comprometemo-nos a ser uma Igreja servidora, que nos chama a estar com Ele, formando e enviando em missão”.
Pe. Deusmar Jesus da Silva
Assessor da CMOVC
www.ssvpbrasil.org.br

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Consciência Negra: reflexão sobre a identidade nacional


O dia 20 de novembro, por meio da lei 10.639/2003, é o dia nacional da Consciência Negra. A escolha desta data é uma referência ao líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, morto nesta data no ano de 1695. “A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial”, avalia o coordenador nacional da Pastoral Afro-Brasileira, Pe. Jurandyr Azevedo de Araújo.
“Ele foi morto defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil”, afirma Pe. Jurandyr. Zumbi recebeu, em 1996 o título de Herói nacional, e seu nome está inscrito no Livro do Aço, no Panteão da Liberdade e da Democracia, na praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).
A comemoração do Dia da Consciência Negra é um momento importante de reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. De acordo com Jurandyr, os descendentes dos povos negros africanos colaboraram muito com a história do país em diversos aspectos. “A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão”, afirma o sacerdote.
O papa João Paulo II, durante a visita a Santo Domingo em 1992, recordou que "A estima e o cultivo dos vossos valores Afro-americanos, enriquecerão infalivelmente a Igreja”. Por este motivo, a Pastoral Afro-Brasileira atua no processo de cidadania do povo negro. A CNBB, no documento 65, intitulado “Brasil: 500 Anos de diálogo e Esperança”, publicado em 2000, afirma que "acolher, com abertura de espírito as justas reivindicações de movimentos - indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros - (...) e empenhar-se na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações afro-brasileiras e indígenas" (CNBB, Doc. 65, nº 59).
Fonte: CNBB/ssvpbrasil.org.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Autor de livro sobre o tema vicentino de 2013 concede entrevista ao SSVPBRASIL


Em 126 páginas, o padre Mizaél Donizetti Poggioli apresenta um ensaio sobre o tema adotado pela Sociedade de São Vicente de Paulo em todo o mundo: 'Amor, Caridade e Justiça'. O livro, de mesmo nome, já está sendo comercializado e pode ser adotado como Leitura Espiritual em reuniões.
Em entrevista ao site SSVPBRASIL,o autor - que é da Congregação da Missão, Ramo da Família Vicentina - explica o motivo de escrever sobre o assunto.

SSVPBRASIL - Por que falar deste tema: Amor, Caridade, Justiça?
Padre Mizaél - O tema “Amor, Caridade e Justiça” foi escolhido pelo Conselho Geral Internacional da Sociedade de São Vicente de Paulo para 2013, quando se celebra os 200 anos de nascimento do principal fundador da SSVP, o beato Frederico Ozanam (1813-2013). Sabiamente escolhido, o tema “Amor, Caridade e Justiça” é a essência da vida e da obra de Frederico Ozanam. Amor e Caridade perpassam em toda sua atuação desde o círculo de amizade que tinha na Universidade, quanto sua atuação com os Pobres. Justiça porque Frederico Ozanam logo cedo percebeu que a Caridade não basta, é preciso lutar pela dignidade dos Pobres.

SSVPBRASIL - Em sua opinião, quais aspectos o mundo carece destes três preceitos?
Padre Mizaél - O mundo precisa igualmente de todos estes as-pectos. Amor/Caridade e Justiça constituem a essência da men-sagem de Jesus. Foi por isso que Ele morreu na Cruz. Vicente de Paulo e Frederico Ozanam, inspiradores da Espiritualidade Vicentina, igualmente lutaram por isso. O mundo de hoje precisa a-prender o que o Amor/Caridade e a Justiça constituem o funda-mento para a criação de uma sociedade mais humana.

SSVPBRASIL - Como é possível praticar o Amor, a Caridade e Justiça?
Padre Mizaél - Frederico Ozanam dizia que “a Justiça já supõe muito amor”. A prática do “Amor, Caridade e Justiça”, na Espiritualidade Vicentina, manifesta-se na defesa das causas dos Po-bres, na luta pela Justiça Social e na incansável busca da digni-dade dos Pobres.

SSVPBRASIL – De qual forma o livro pode ajudar no dia a dia da Conferência Vicentina?
Padre Mizaél - O livro, cujo título é o próprio tema de 2013 - “Amor, Caridade e Justiça” – pode auxiliar as Conferências Vicentinas a entrarem na dinâmica de reflexão dos pontos mais importantes daquilo que Frederico Ozanam nos deixou, ou seja, o compromisso incondicio-nal pela causa dos Pobres e a maneira de como se pode amar a Deus. “Nós amamos a Deus nas pessoas dos Pobres”, dizia Frede-rico Ozanam.

SSVPBRASIL - Qual experiência o senhor traz para a evangeli-zação com esta obra?
Padre Mizaél - Em primeiro lugar, o que a obra propõe é continuar a despertar nas pessoas a importância da Espiritualidade Vicentina. Frederico Ozanam foi um grande Vicentino. Soube entender que a essência da mensagem de Jesus é o Amor/Caridade e Jus-tiça. Depois, dentro desta mesma perspectiva, suscitar um maior engajamento pela causa dos Pobres.

SSVPBRASIL - A quem o livro se destina?
Padre Mizaél - Sendo Frederico Ozanam a pessoa que mais intensamente viveu a Espiritualidade vicentina, de modo geral, o livro destina-se a toda Família Vicentina. Poderá ser uma contribuição para conhecer mais de perto seu dinamismo e seu compromisso com Jesus Cristo, por meio da Caridade e da Justiça. Especifi-camente, acredito ser de grande auxílio para os Confrades e Consócias nas Conferências Vicentinas. Este ano de 2013 é uma boa oportunidade para conhecer mais de perto esse jovem Frederico Ozanam, que sonhava “reunir o mundo todo numa grande rede de Caridade”.

SSVPBRASIL - Aberta. Pode completar com a informação que julgar necessária.
Padre Mizaél - Sumamente importante aproveitar esse ano de 2013 para a divulgação da Espiritualidade de Frederico Ozanam e da Sociedade de São Vicente de Paulo. “Nós não sabemos amar a Deus de outra maneira, amamos a Deus nas pessoas dos Pobres” (Frederico Ozanam).

Título: Amor Caridade Justiça
Coleção Vicentina - nº 41
Formato do livro: 12,5 x 18,5 cm
Páginas: 126
Preço: R$ 10,00 (mais despesas de despacho)

Pedido para: mizaelpoggioli@uol.com.br


FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mensagem de Bento XVI para a JMJ Rio2013: “Deixem-se atrair pelo Cristo Redentor”


Foi divulgada esta sexta-feira a Mensagem Papa Bento XVI para 28ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013. No texto, o Papa renova o convite aos jovens do mundo inteiro para que participem deste importante evento. “A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele!”
Dividida em oito pontos, a Mensagem ressalta que o ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». “Queridos jovens, escreve o Papa, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.”
Leia a íntegra da mensagem de Bento XVI:
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA A XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
NO RIO DE JANEIRO, EM JULHO DE 2013
«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)
Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.
Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.
1. Uma chamada urgente
A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).
2. Tornai-vos discípulos de Cristo
Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.
Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).
3. Ide!
Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.
Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.
4. Alcançai todos os povos
Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!
Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.
Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.
O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.
5. Fazei discípulos!
Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.
6. Firmes na fé
Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).
Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.
Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).
7. Com toda a Igreja
Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).
A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).
Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!
8. «Aqui estou, Senhor!»
Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.
No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).
Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.
A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 18 de outubro de 2012.

FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lançado convite: vamos ficar no mesmo hotel?


A Romaria Nacional dos Vicentinos a Aparecida (SP) é o momento quando torna-se possível aproximar vicentinos de todo Brasil. E, este ano, os confrades e as consócias poderão ficar ainda mais juntos. O Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo sugere a hospedagem no Hotel Rainha do Brasil. Ele fica na área da Basílica Nacional, bem próximo ao centro de eventos Padre Vítor, onde acontecerá a Festa Regulamentar e o Festvida.
O hotel tem 330 apartamentos, com capacidade para 1032 pessoas.
Conseguindo reunir o maior número de pessoas possível neste hotel será possível manter um contato ainda mais efetivo com os vicentinos. A equipe organizadora da festa e diretoria nacional da SSVP também se hospedarão lá.
As reservas deverão ser feitas em nome dos grupos ou conselhos de acordo como fazem normalmente, pedimos apenas que destaquem que são Vicentinos.
Será uma imensa alegria tê-los conosco!
Nome do hotel: Hotel Rainha do Brasil
Reservas: Via Telefone: (12) 3104-1010
Via Fax: (12) 3104-3440
Via email: reservas@santuarionacional.com
Via site: www.a12.com/hotel
O novo empreendimento conta com estacionamento para 400 veículos, mezanino, 2 salas de reuniões com capacidade para 50 pessoas, capela, 2 salas de estar e business center.


FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

Dom Odilo Scherer pede que fiéis rezem pela paz em São Paulo


Diante do crescente aumento dos índices de violência e o crescente aumento dos assassinatos, no estado de São Paulo, o arcebispo metropolitano, cardeal Odilo Pedro Scherer, recomendou que os fiéis rezem pela paz.
O cardeal pediu que a oração seja divulgada nos meios de comunicação e nas mídias digitais, e que “as pessoas, famílias, grupos, comunidades e paróquias a rezarem pela paz em nossa cidade”, disse.
FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Conheça a visão que Santa Luísa de Marillac tinha sobre Jesus


As Irmãs Elisabeth Charpy e Louise Sullivan, da ordem das Filhas da Caridade, ecsreveram um artigo em que mostram como Santa Luísa de Marillac, a amiga fiel de São Vicente de Paulo, percebia a presença de Jesus. O texto foi traduzido pelo padre Lauro Palú (da Congregação da Missão) e pode ser utilizado para reflexões durante as reuniões de Conferências. Leia:
Por que a Encarnação?
Santa Luísa gostava de compreender bem as coisas. Refletia sobre as razões que puderam levar Deus a enviar seu Filho à terra. Uma frase pode resumir seu pensamento sobre o motivo da Encarnação: “Deus jamais testemunhou maior amor aos homens do que quando resolveu encarnar-se” (Santa Luísa de Marillac, Correspondência e Escritos. Trad. da Irmã Lucy Cunha. Ribeirão Preto, Editora Legis Summa, s. d.; p. 793).
Depois que Adão rejeitou Deus de sua vida e quis fazer de si mesmo seu próprio deus, a Encarnação manifesta a grande atenção de Deus por suas criaturas. Deus quer encontrar-se com o pecador no mais profundo de seu sofrimento e dar-lhe de novo confiança em si mesmo. Deseja que ele compreenda bem a dignidade de seu ser, pois foi feito à imagem e semelhança de Deus. Este desejo divino, insiste Santa Luísa, não pode realizar-se a não ser num total respeito da liberdade da pessoa.
Cada um poderá acolher esta graça divina ou rejeitá-la conforme o que pessoalmente decidir. Deus não condiciona as escolhas humanas. O homem é liberdade; tem, pois, toda a capacidade de fazer escolhas, de dizer sim ou não às iniciativas de Deus.
Realização da Encarnação
Santa Luísa de Marillac gostava de contemplar a Trindade reunida em conselho, procurando como manifestar aos homens todo o seu amor e decidindo junto a Encarnação do Verbo: “Logo que a natureza humana pecou, o Criador, no Conselho de sua Divindade, quis reparar esta falta. E para isso, com um supremo e puríssimo amor, decidiu: uma das três pessoas iria encarnar-se; nisso aparece, mesmo na Divindade, uma profunda e verdadeira humildade” (Escritos, p. 792).
A promessa da Encarnação da segunda pessoa da Trindade se inscreve no plano de amor de Deus pela humanidade. Para Santa Luísa, a humildade define Deus tanto quanto o Amor. Deus não é mais o Deus distante e exigente, o Todo-Poderoso, tão frequentemente apresentado ao povo.
A própria Encarnação já bastaria para fazê-lo reconhecer. Mas muitos outros atos da vida de Jesus vêm confirmá-lo. Por seu nascimento num presépio, “Jesus se fez criança, a fim de facilitar às criaturas o livre acesso até ele” (Escritos, p. 812). Considera “a humildade vivida por Nosso Senhor em seu batismo” (Escritos, p. 813). E, meditando sobre o lava-pés na tarde da quinta-feira santa, Santas Luísa anota: “Não pode haver nada que me impeça de humilhar-me ante o exemplo de Nosso Senhor” (Escritos, p. 813). Cristo tinha interesse em ser honrado por seus Apóstolos, mas aceitou rebaixar-se até “lavar os pés de seus Apóstolos” (Escritos, p. 813).
Maria, a Mãe de Jesus
A Encarnação do Filho de Deus é real. O Verbo se faz carne na Virgem Maria. Com muita emoção e reconhecimento, Santa Luísa contempla a escolha que Deus fez de Maria, essa simples mulher de Nazaré: “a dignidade de Mãe de seu Filho, para a qual Deus a destinava” (Escritos, p. 843).
Por experiência pessoal, Santa Luísa de Marillac conhecia a alegria de dar a vida a uma criança, de fornecer-lhe o mais íntimo dele mesma, seu sangue. Ela gostaria de expressar toda a felicidade que a invadia: “Eis que chegou o tempo de cumprir vossa promessa. Sede para sempre bendito, ó meu Deus,pela escolha que fizestes da Santíssima Virgem (…) e para isso vos servis do sangue da Santíssima Virgem para, com ele, formar o corpo de vosso amado Filho” (Escritos, p. 919).
Toda a glória de Maria vem de sua maternidade divina. Santa Luísa proclama que Maria é “a obra-prima da onipotência de Deus na natureza puramente humana” (Escritos, p. 954). Louvar Maria, por Deus a ter escolhido, não será glorificar o próprio Deus? Deus tanto amou os homens que ele mesmo quis vir para o meio deles, recebendo sua humanidade de Maria.
A humanidade santa de Cristo
Em 1652, Santa Luísa escreve às Irmãs de Richelieu e lhes lembra a importância de contemplar a vida do Filho de Deus durante sua permanência entre nós. Ali descobrirão a verdadeira Caridade: “A mansidão, a cordialidade e a tolerância hão de ser a prática peculiar das Filhas da Caridade, do mesmo modo que a humildade, a simplicidade, o amor à santa humildade de Jesus Cristo, que é a perfeita caridade, são seu espírito. Eis, queridas Irmãs, o que pensei dizer-vos como um resumo de nossos regulamentos” (Escritos, p. 462).
Em sua longa carta de agosto de 1655 às distantes Irmãs da Polônia, Santa Luísa insiste também na importância de contemplar a vida humana de Cristo: “honrando assim a Nosso Senhor pela prática das virtudes que ele mesmo, por sua santa humanidade, nos ensinou” (Escritos, p. 545).
As últimas cartas de Santa Luísa ainda retomam o mesmo tema, como na carta à Irmã Geneviève Doinel, em 1659, por ocasião do Natal: “Vós me convidais a ir ao presépio a fim de encontrar-me convosco aos pés do Menino Jesus e de sua Santa Mãe. (…) Dele, queridas Irmãs, aprendereis os meios para viver as sólidas virtudes que sua santa Humanidade praticou no presépio, desde o nascimento. De sua infância alcançareis o que necessitardes para chegardes a ser verdadeiras cristãs e perfeitas Filhas da Caridade” ( Escritos, p. 752).
A insistência de Santa Luísa sobre a contemplação da humanidade de Jesus Cristo mostra o quanto desejava que a vida de toda Filha da Caridade fosse um reflexo do rosto de Cristo, de sua infinita bondade, de seu amor incomensurável. Cristo é verdadeiramente a Regra das Filhas da Caridade, como o é de toda a Família Vicentina.
Jesus, o Redentor
Santa Luísa de Marillac, que tem uma boa formação teológica, reconhece que “a Encarnação do Filho de Deus [é], segundo seu desígnio, por toda a eternidade, para a Redenção do gênero humano” (Escritos p. 954). A ruptura entre Deus e os homens, provocada pelo pecado, não podia durar para sempre. Enviando seu Filho à terra, Deus quis renovar a Aliança e permitir aos homens que reencontrassem de novo o que dá sentido às suas vidas. A redenção, nota Santa Luísa, é uma nova criação, uma recriação, o que só se pode conseguir ao termo de um longo processo de transformação, de morte e ressurreição de vida.
A humanidade sofredora aparece a Santa Luísa como um prolongamento da humanidade sofrida de Cristo. O serviço do amor de cada vicentino é uma continuação da Redenção, permitindo a todo pobre, humilhado e aniquilado, que possa reviver, ressuscitar, tornar-se novamente um homem vivo, libertado de seu mal, de seu pecado, um homem livre. Esta reflexão espantosa se liga à de São Paulo, que ousa dizer: “Agora me alegro de sofrer por vocês, pois vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor de seu corpo, que é a Igreja” (Col 1, 24).
A Paixão do Filho de Deus é um ato de amor tão profundo que Santa Luísa quis inscrevê-lo no brasão da Companhia das Filhas da Caridade: “A caridade de Cristo Crucificado nos impele”. Para Santa Luísa, esse amor deve animar e inflamar o coração de toda Filha da Caridade para o serviço de todos os necessitados. Na fórmula com que termina suas cartas, Santa Luísa menciona muitas vezes esse amor inaudito manifestado por Jesus Cristo na Cruz. “Sou, no amor de Jesus crucificado, vossa humilde serva”. Luísa deseja, para si mesma e para as pessoas a quem escreve, que estejam repletas do mesmo amor que levou Jesus a morrer na Cruz. Fez suas as palavras de São João em sua primeira epístola: “O amor consiste nisto: Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e nos enviou o seu Filho como vítima expiatória por nossos pecados. É nisto que de agora em diante conhecemos o amor: Jesus deu a vida por nós e também devemos dar nossa vida por nossos irmãos” (cf. 1 Jn. 4, 10, 16).
A Eucaristia
A Encarnação não se limita ao tempo da vida de Cristo. Jesus, quando chega sua Hora, encontra um meio de prolongá-la, de conseguir ficar para sempre conosco. Santa Luísa se maravilha com esta invenção extraordinária da Eucaristia: “A imensidão do seu amor para conosco não se contentou com isso, mas, querendo unir inseparavelmente a natureza divina com a natureza humana, realizou-a após a Encarnação, na admirável invenção do Santíssimo Sacramento do Altar, no qual habita, continuamente, a plenitude da divindade da segunda Pessoa da Santíssima Trindade” (Escritos, p. 898).
Parece que Deus quer dizer e repetir ao homem toda a profundeza do seu Amor. A Encarnação já manifestava este profundo desejo de união; a Eucaristia a realiza de um modo ainda maior. Santa Luísa de Marillac não se detém no aspecto “memória e sacrifício” da Eucaristia, mas fala longamente da comunhão, “esta ação tão admirável e incompreensível aos sentidos humanos” (Escritos, p. 942).
Receber o Corpo de Cristo é, segundo Santa Luísa, tornar-se participante desta Vida de Deus. Cristo se dá em alimento para que o homem busque nele uma energia nova para cumprir suas tarefas no mundo. À imitação de Cristo, o cristão é chamado a doar todo o seu ser, se deseja levar vida e amor a seu próximo. A recepção da comunhão nos traz uma força excepcional, pois nos dá “capacidade de nele viver, tendo-o vivo em nós” (Escritos, p. 943).
Em resposta a tal dom de Deus, Santa Luísa deseja para si mesma e para aquelas a quem acompanha em sua caminhada espiritual, “uma suave e amorosa união com Deus” (Escritos, p. 942-943). É de fato possível a um ser humano ter tal união com seu Deus? O tempo de ação de graças que se segue à comunhão vai permitir-nos dizer novamente a Deus toda a nossa alegria e todo o nosso reconhecimento, porque Cristo, vindo a nós, nos torna semelhantes a ele! Alegremo-nos “admirando este surpreendente invento e esta amorosa união, pela qual Deus, vendo-se em nós, faz-nos, uma vez mais, à sua semelhança, com a comunicação não só de sua graça, mas dele próprio” (Escritos, p. 943). Santa Luísa não sabe como agradecer a seu Senhor e seu Deus que tenha querido permanecer assim na terra, para que todos os homens possam oferecer-lhe toda a glória que sua Santa Humanidade já recebe no céu.
Conclusão
Santa Luísa tem uma percepção muito forte e toda interior do Amor divino. Como os escritores bíblicos, Santa Luísa reconhece que “Deus é um fogo devorador” (Hb 12, 26). No cotidiano de suas vidas, as Irmãs e todos os que partilham o carisma vicentino são chamados a deixar esse fogo divino invadir seu ser, a acolher a plenitude do Amor que o Espírito vem infundir em seus corações. É nesta relação que encontrarão forças, energia e criatividade para cumprir seu serviço de Amor junto aos que sofrem da pobreza em todas as suas formas antigas e novas.
Santa Luísa de Marillac reconhece que ir no seguimento de Jesus e servi-lo em seus membros sofredores é amar com um “amor não comum” (Escritos, p. 952), isto é, com um amor forte, sólido, que não se deixa abalar à menor dificuldade. Este amor forte se traduz, concretamente e no dia-a-dia, pela atenção a cada um, pela mansidão, pela bondade para com todos. Quanto mais o Amor de Deus cresce em nós, mais tomamos consciência da dignidade de cada um, de sua liberdade, do respeito que lhe é devido. Foi assim que Cristo expressou seu Amor.
Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos
Que aspectos do Jesus apresentado por Santa Luísa de Marillac ressoam em seu coração?
Como podemos aprofundar em conjunto a compreensão do carisma vicentino, para que possa impregnar-nos e orientar nosso serviço?


FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Padre vicentino apresenta Ozanam como precursor da 'Doutrina Social da Igreja'


O padre espanhol Jaime Corera (da Congregação da Missão - Ramo da Família Vicentina) elaborou um artigo que mostra Antonio Frederico Ozanam - principal fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo - sob uma nova óptica: precursor da Doutrina Social da Igreja.
A Doutrina Social da Igreja (DSI) é uma série de documentos com conteúdos que visam o combate às situações de vulnerabilidade social.
Neste texto, traduzido pelo padre Joelson Sotem, o padre Jame Corera enfoca Ozanam  sempre preocupado com a situação de miséria que permeava a França, na ápoca dela.

Leia:

Datas de uma vida (1813-1853)
Frederico Ozanam faleceu com 40 anos. Seguindo a orientação de seu Pai, aos 23 anos já havia conseguido o doutorado em Direito e inclusive exerceu a advocacia por algum tempo. A sua verdadeira inclinação intelectual o levou ao estudo de história e literatura. Aos 26 anos doutorou-se em Letras; dois anos mais tarde conseguiu as cátedras de literatura e línguas estrangeiras na Universidade de Sorbonne. Publicou trabalhos importantes sobre a Idade Média, sobre os poetas franciscanos medievais, sobre Dante... Trabalhos que até hoje são consultados por sua importância para o conhecimento da cultura cristã medieval. No mesmo ano que começou como professor na Universidade de Paris casou-se com Amélia Soulacroix, com quem teve uma filha. Ainda hoje existe em Paris algum descendente herdeiro de seu sobrenome: Ozanam. Foi beatificado por João Paulo II na Catedral de Notre Dame de Paris no dia 22 de agosto de 1997. O calendário litúrgico da Igreja Católica celebra sua memória no dia 09 de Setembro.
A fundação das Conferências de São Vicente de Paulo (1833)
Embora Frederico Ozanam deixasse importantes “pegadas” para a história da cultura europeia, a verdadeira obra de sua vida, aquela que foi reconhecida oficialmente por João Paulo II perante a Igreja e perante o mundo na cerimônia de beatificação, começou anos antes de conseguir o seu primeiro doutorado. Aos 18 anos Frederico deixou sua família na cidade de Lyon, onde seu pai exercia a medicina. Frederico nasceu em Milão, porém somente com dois anos de idade sua família se mudou para a França. A mudança do ambiente familiar para o agitado mundo universitário da Capital Parisiense ocorreu muito repentinamente. Escreveu a um amigo, dois meses depois de chegar a Paris: “Distante daqueles que amo, percebi o quanto me atrai o desejo de viver num ambiente familiar, junto de meus pais. Paris me desagrada, e é uma cidade sem limites onde me encontro perdido, lugar de desterro”. O jovem Frederico viu-se mergulhado numa crise de fé provocada pelo ambiente incrédulo e agitado da universidade.
A crise não foi muito longa, porém muito intensa. Para sair dela, com seus 20 anos, somente dois depois de chegar a Paris, funda junto com um pequeno grupo de jovens estudantes de sua idade, as Conferências de São Vicente de Paulo. Este foi o verdadeiro ambiente de sua vida e de sua fé até sua morte prematura aos 40 anos de idade.
Os primeiros passos de Ozanam para tratar de confirmar sua fé haviam tomado forma nas conferências de História, nas quais tratava de defender no mundo universitário a influência da Igreja Católica na criação da cultura europeia. Porém, um jovem ateu influenciado pelo pensamento socialista do Saint-Simonismo chegou a dizer a Frederico Ozanam e a seus amigos católicos, os quais eram entusiastas em defender o trabalho da Igreja em favor da cultura, que a gloriosa tradição da Igreja não tinha nada parecido a oferecer para a redenção dos Pobres naqueles primeiros anos do século XIX. Foram tempos de brutal exploração econômica, do proletariado e do pavoroso e assustador crescimento da pobreza nas classes baixas da França. Aquele jovem censurava e criticava em suma que a Igreja havia se esquecido dos Pobres daquele tempo, advertindo-os que se eles quisessem provar a si mesmos e perante o mundo a verdade de sua fé, não havia outro caminho a não ser aquele assinalado no livro de São Tiago: a fé, se não se manifestar em obras em favor dos necessitados, está realmente morta (Tg 2,14-17).
As críticas daquele estudante ateu impressionaram Ozanam e seus amigos. As novas conferências que haveriam de fundar já não seriam mais de história, senão de CARIDADE. Assim descreve o próprio Frederico Ozanam, sete meses antes de sua morte, as ideias que impulsionaram a fundação das Conferências de São Vicente de Paulo:
“Fala-vos um daqueles oito estudantes que há vinte anos se reuniram sob a inspiração de São Vicente de Paulo, na capital da França. Sentíamos a necessidade de perseverarmos na fé em meio aos assédios que vinham de diversas teorias de falsos profetas. E dissemos: Trabalhemos; façamos algo que mostre a fortaleza de nossa fé. Porém, o que podíamos fazer para ser católicos de verdade senão de nos propormos a fazer o que mais agrada a Deus? Socorramos, pois, a nosso próximo como fazia Jesus Cristo. Para que Deus abençoe nosso apostolado nos falta uma coisa: obras de caridade. A benção dos Pobres é a benção de Deus”.
Foram estas Conferências de Caridade as que ele contempla, em sua idade madura, como o melhor baluarte de sua fé. Estas conferências não o estimulam a uma posição defensiva como as conferências de história. Estimulam não simplesmente à ação, como por exemplo, de propaganda da doutrina católica, senão a ação social da Igreja: “Socorramos a nosso próximo como fazia Jesus Cristo”. E ainda, uma ação social como manifestação privilegiada da fé, pois tal ação em favor do próximo é “o que mais agrada a Deus”.
Quando Ozanam pronunciou estas palavras faltavam ainda trinta e oito anos para que o Papa Leão XIII legitimasse esta visão da fé num documento oficial, a encíclica RERUM NOVARUM (Das coisas novas): a ação social impulsionada pela caridade de Cristo não somente como manifestação legítima da fé, senão como algo obrigatório para o conjunto da Igreja.
Neste aspecto decisivo da espiritualidade cristã da época moderna é Frederico Ozanam um verdadeiro precursor. Não foi o único em seu tempo que via as coisas assim dentro da Igreja Católica, porém é o único que subiu aos altares por ter vivido esta dimensão social como manifestação privilegiada da antiga fé cristã nos tempos modernos. Fé que se faz carne e história, não nos estudos de história, mas nas obras de ação caritativo social para transformar a história da humanidade sofredora.
O que foi começado em Paris, em maio de 1833, pelas mãos de um grupo de oito estudantes universitários é hoje uma grande organização mundial católica com aproximadamente 700 mil membros de todas as classes sociais, sem excluir as mais baixas ou as mais altas, que vivem sua fé e a demonstram na infinidade de atividades pelos necessitados em praticamente todas as nações do mundo, incluindo nações de maioria não católica e não cristã, como por exemplo, a Índia e o Paquistão.
O que é Doutrina Social da Igreja
Quando se fala de DSI (Doutrina Social da Igreja), aplica-se esta expressão normalmente a uma série de documentos de conteúdo social assinados por vários papas. Série que começa em 1891 com a Encíclica RERUM NOVARUM de Leão XIII. No entanto, os ensinamentos de conteúdo social não começaram com esta encíclica. Encontra-se em abundância no Antigo e Novo Testamento: ensinamentos sobre o bom uso dos bens materiais, sobre a dignidade humana, em particular sobre a dignidade dos Pobres, sobre a não violência, sobre a igualdade, a liberdade, a comunidade de bens, a escravidão, as obrigações das autoridades civis, as dívidas e empréstimos, o auxílio aos imigrantes, aos órfãos e viúvas, e em geral aos Pobres. Sobre esta base bíblica a tradição posterior foi elaborando um grande corpo da Doutrina Social que teve um primeiro momento de esplendor nos chamados “Padres da Igreja”, em particular os dos séculos IV e V. Os teólogos e moralistas da Idade Média elaboraram abundante material de conteúdo social, sobretudo nos numerosos tratados “De iustitia et iure” (Sobre a justiça e o direito). Ao final da Idade Média os descobrimentos dos novos mundos, desconhecidos da Europa até então, criaram para a consciência moral cristã, novos problemas que se centralizaram, sobretudo na questão da dignidade humana das populações indígenas das Américas. Sobre este problema e outros afins vários teólogos, em especial os da Universidade de Salamanca, criaram no século XVI uma rica produção de doutrina social que entre outros temas, defendeu com vigor a igualdade radical de todos os seres humanos. Destaca-se entre eles Francisco de Vitoria, o criador do chamado Direito Internacional (“Ius inter gentes” = Direito entre os povos).
Porém, fora de toda esta produção de caráter teórico, no terreno da ação social prática, numerosíssimas instituições da Igreja realizaram ao longo de vinte séculos uma profunda atividade de promoção social da classe Pobre da sociedade. Pense, por exemplo, o que deve a Europa sobre a atuação dos Beneditinos e de outras ordens em terrenos tão diversos como o desenvolvimento da agricultura, o da educação das classes populares, da libertação dos escravos, da transmissão da antiga cultura, das artes e inclusive da moderna ciência empírica.
A encíclica de Leão XIII inaugura ao final do século XIX a era que poderíamos chamar “Era Moderna” da doutrina oficial católica de conteúdo social. Porém ela mesma encontra-se ao final de um abundante trabalho de pensamento social cristão, produzido ao longo do mesmo século por numerosos pensadores católicos, entre os quais aparecem muitos leigos; entre eles e não o menor, Frederico Ozanam.
Frederico Ozanam e a “Questão Social”
A doutrina social moderna nasceu para tratar de encontrar uma solução de inspiração cristã à chamada “questão social”, expressão que hoje está quase em desuso, embora não desapareceu nem de longe o problema para o qual aponta.
A questão social era um fenômeno novo na história da Europa, produzido pelas grandes emigrações da população campesina, com frequência desapropriada e expulsa de suas terras, para os subúrbios das cidades, onde esperavam encontrar um trabalho do qual pudessem viver nas indústrias capitalistas nascentes. O fenômeno começou na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e se expandiu rapidamente ao continente até o final da Revolução Francesa, no início do século XIX.
Quando Ozanam chegou a Paris em 1831, a questão social estava em “carne viva”: multidões de trabalhadores amontoados em pequenas casas nos bairros de periferia, pessoas sem trabalho, enfermidades, mortes prematuras. O Papa Leão XIII não exagerou de modo algum, quando sessenta anos depois descrevia a situação nestes tons sombrios:
“A usura voraz veio agravar ainda mais o mal. Condenada muitas vezes pelo julgamento da Igreja, não tem deixado de ser praticados sob outra forma por homens, ávidos de ganância, e de insaciável ambição. A tudo isso deve acrescentar-se o monopólio do trabalho e dos papéis de crédito, que se tornaram um quinhão de um pequeno número de ricos e de opulentos, que impõe assim um julgo quase servil à imensa multidão dos operariados” (Rerum Novarum, 1).
Frederico Ozanam não pertencia à classe trabalhadora, pois por nascimento e por educação pertencia a uma família burguesa de profissional liberal. Mesmo assim ele não deixava de ver tudo isto com seus próprios olhos, primeiramente em Lyon – primeira cidade industrial da França naquele tempo, e logo depois em Paris. Escreveu o seguinte numa carta de 1848:
“Devemos trabalhar em favor das classes operárias, amontoadas em grandes cidades, pisoteadas por um egoísmo que os despreza, Pobres que vivem à margem de uma sociedade que se autoproclama livre e igual”.
Num tempo em que as lutas políticas pelas mudanças de governo e de regime (de república a monarquia e vice-versa) pareciam consumir as energias das classes dirigentes, Frederico Ozanam viu claramente e não se deixou enganar pelos discursos oficiais e por órgãos de opinião manipulados (igualmente em nossos dias) pelas classes poderosas. O verdadeiro problema da instabilidade e da luta social não era de maneira alguma a mudança de formas políticas, senão a questão social: as condições brutais da produção industrial e a injusta distribuição entre patrões e operários da riqueza produzida. Este texto impressionante de Frederico Ozanam que reflete com toda sutileza a situação de seu tempo (e que segue sendo também hoje o maior problema social de nossos dias):
“A questão que hoje agita o mundo não é uma questão de pessoas nem uma questão de formas políticas, senão que é uma questão social; é a luta dos que não tem nada e dos que tem em demasia, é o choque violento da pobreza e da opulência que faz tremer a terra sob nossos pés. É nosso dever, dos cristãos, de intervir entre estes inimigos irreconciliáveis, e conseguir que reine a igualdade enquanto seja possível entre humanos”.
Ozanam escreveu isto uns meses antes que Marx e Engels publicassem seu Manifesto Comunista. Portanto, ele não havia lido, nem necessitava fazê-lo para coincidir com eles na análise do que era o problema mais dramático da sociedade de seu tempo. As desigualdades gritantes são um sinal inequívoco da injustiça radical do sistema econômico-social que as produz.
Porém, para tentar resolver o problema, o cristão Frederico Ozanam propõe um remédio adicional naquilo que nem Marx e nem Engels, ainda que batizados, queriam pensar e que Marx repudiou explicitamente ao qualificar de “cachorros que querem solucionar o problema social como lhes bem parece” aos pensadores cristãos que propunham suas próprias soluções, como era o caso do bispo alemão Ketteler. Como propõe o Manifesto, também Frederico Ozanam pensa que é preciso lutar pela justiça e pela igualdade, porem “a caridade deve completar o que a justiça não pode fazer por si mesma”. E ainda antecipa que “a luta será terrível se a caridade não for a mediadora, e se os cristãos não colocarem em jogo toda a força do amor”, advertência de suma importância, que se tivesse sido levado em conta, teria evitado que o século XX se convertesse no século mais sangrento da história da humanidade.
Ozanam e o movimento social católico do século XIX
Acabamos de mencionar o bispo alemão Ketteler como objeto de escárnio por parte de Carlos Marx. Porém, ainda que talvez ele seja o mais lembrado por suas ideias e por sua destacada ação social, não foi Ketteler o único membro da Igreja Católica que tomou parte decisiva no terreno do pensamento e da ação social de inspiração cristã. Encontram-se também neste movimento alguns membros da hierarquia católica dentro da França e também fora dela, como é o caso do Cardeal Manning na Inglaterra ou, um pouco mais tarde, o também cardeal Gibbons dos Estados Unidos.
O que de verdade chama a atenção neste tema é a irrupção em cena de numerosos leigos católicos, alguns deles de grande notoriedade intelectual e também política, cujos nomes seguem ecoando hoje em dia na história moderna do pensamento social católico. Frederico Ozanam foi um deles, e certamente não o menor, senão um dos mais influentes através da cátedra, de uma abundante produção de periódicos renomados e inclusive pela participação na ação política de seu tempo. Aos vinte e um anos escrevia a um amigo: “Querem fazer de mim uma espécie de líder da juventude católica do país”. Entre suas amizades e também entre seus oponentes, aparecem todas as grandes figuras do catolicismo francês da primeira metade do século XIX: Chateaubriand, Lamartine, Montalembert, Lamennais, o padre Lacordaire, Louis Veuillot... Porém é preciso atribuir-lhe e isto somente a Frederico Ozanam, a ideia e a fundação de uma instituição católica de ação caritativa social que ainda perdura com muita força, cento e oitenta anos depois de fundada: as conferências ou Sociedade de São Vicente de Paulo.
Falamos de oponentes de Ozanam, pois os teve, e de grande notoriedade, sobretudo no terreno político. Embora ele mesmo fosse durante sua juventude um declarado legitimista monárquico, acolheu em sua idade adulta a chegada da democracia, fruto da revolução de fevereiro de 1848, como um sinal dos tempos que se deveria reconhecer como um sinal inequívoco da providência de Deus que rege a história:
“O que aprendi da história me dá o direito a crer que a democracia é a expressão natural do progresso político, e que Deus conduz o mundo para ela. A revolução de fevereiro (escreve somente dois meses após a revolução de 1848) não é para mim uma desgraça pública; é um progresso. Eu desejo a soberania do povo”.
Muito tempo custou a Igreja Católica, ancorada boa parte dela na antiga aliança feudal entre o trono e o altar, aceitar de coração esta visão. Por isso Frederico Ozanam encontrou oponentes no próprio mundo católico.
Porém, não foi tanto sua clara opção pelas formas democráticas de organização social que suscitaram a oposição contra Ozanam, senão, sobretudo sua opção no terreno social em favor das classes mais Pobres: “... estas massas carinhosamente amadas pela Igreja, porque representam a pobreza que Deus ama e o trabalho que Deus abençoa. Vamos até este povo e ajudemos não somente com a esmola que imobiliza o homem, senão também lhes ajudando a criar suas próprias instituições que os façam melhores ao tornarem-se autônomos. Peço que em vez de adotarmos os interesses de uma burguesia egoísta, nos ocupemos do povo. É neste povo onde vejo sinais de fé e de moralidade suficientes para salvar uma sociedade que as classes altas perderam”.
Esta postura decisiva foi que causou desgosto em muitas pessoas importantes de dentro e de fora da Igreja. Porém a opção de Ozanam era impecável desde o ponto de vista do evangelho, e a verdade acabou prevalecendo na Igreja. E embora não foi fácil, a nova visão e o movimento social criado nos tempos de Frederico Ozanam, suscitado por ele, veio a receber o referendo oficial da Igreja na primeira encíclica social, a RERUM NOVARUM de Leão XIII e logo mais na infinidade de documentos posteriores até nossos dias.
Em pleno século XX, quando a mudança de mentalidade em temas sociais e políticos tornaram-se conhecido em boa parte da Igreja, encontramos este testemunho de Luigi Sturzo, grande teórico e organizador do movimento democrático cristão internacional:
“Ozanam foi um dos primeiros a falar de uma democracia cristã, já como orientação econômica e social em favor das classes trabalhadoras, já como forma política da sociedade. Foi o primeiro a intuir seu desenvolvimento histórico, e pode por isso ser chamado o primeiro líder da democracia cristã”.
A alma da opção social de Ozanam: a visão cristã do Pobre
“Aproximar-se de Cristo presente nos Pobres é o centro de nossa espiritualidade”, diz o regulamento da Sociedade de São Vicente de Paulo. Este também foi o centro da visão espiritual e social de Frederico Ozanam, um elemento que, dissemos acima, não só estava ausente da visão de reformadores sociais como o Simonismo, Marx, Proudhon, ou qualquer dos muitos socialistas utópicos e não utópicos do século XIX, senão que foi contestado por quase todos eles. Alguns deles chegaram até certo ponto admirar a Jesus Cristo como um grande benfeitor, ou um grande filantropo. Não estavam enganados ao qualificá-lo desta forma, porém isto é pouco.
Jesus Cristo foi certamente um grande filantropo, o maior de todos eles. Quem amou a toda humanidade, tanto como Jesus Cristo, que deu sua vida pelos judeus e gentios, por escravos e exploradores, por amigos e inimigos? Ainda mais: ele é o único caminho que se dá para a humanidade para que consiga o fim de toda vida humana, chegar a Deus. Se não chega a Deus, todo ser humano individual, porém também a sociedade em seu conjunto ficará frustrada no mais profundo do seu ser, pois “nosso coração está inquieto até que descanse em Ti” (Santo Agostinho), verdade que o Concílio Vaticano II voltou a recordar para a humanidade atual:
“O verbo de Deus, por quem tudo foi feito, encarnou-se para salvar a todos e recapitular todas as coisas. O Senhor é o fim da história humana, ponto de convergência para a qual tendem os desejos da história e da civilização, centro da humanidade, gozo do coração humano e plenitude total de suas aspirações” Gaudium et Spes, 45.
De modo que neste período final da história, a que começa com a vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, “não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos nos salvar” mais que o nome de Jesus (Atos 4,12).
Porém, uma vez exaltado à direita do Pai, o mesmo Jesus já não é visível na história da humanidade posterior à sua Ascenção. Certamente está presente, embora não visivelmente, quando dois ou três se reúnem em seu nome, nos sacramentos, na oração pessoal e na oração partilhada, na dor, na alegria, nas diversas circunstâncias da vida diária, na prática do amor fraterno. Porém, sua presença mais viva, aquela que Ele mesmo destacou expressamente em seus ensinamentos, se dá naquele que tem fome, no que tem sede, naquele que está nú, no preso... Pois “tudo o que fizestes ao menor de meus irmãos, foi a mim que o fizestes”.
Assim sendo, para chegar a Cristo, que é o único caminho para Deus, o caminho privilegiado e infalível, passa, sobretudo pelo necessitado, pelo Pobre. Assim expressa Frederico Ozanam esta convicção num texto que reflete com vivacidade a visão que chegou a ser fundamental em sua maneira de viver a fé cristã, visão que continua sendo até hoje a alma da espiritualidade própria da Sociedade de São Vicente de Paulo:
“Os Pobres, os vemos com nossos olhos; ali estão, e podemos colocar os dedos em suas chagas e feridas; as marcas da coroa de espinhos são visíveis em seus rostos. Vós, os Pobres, são a imagem sagrada de Deus, a quem não vemos, e como não podemos amá-Lo de outra maneira, O amaremos em vossas pessoas. Vós sois nossos mestres, e nós seremos vossos servidores”.
Advirta-se a radicalidade da convicção: “Não podemos amar a Deus de outra maneira”... A não ser nas chagas e coroas de espinhos que estas imagens vivas de Cristo levam em seus pés, em suas mãos e em seu rosto. Ao dizer isto, Frederico Ozanam revela uma unidade profunda de visão com aquele que ele mesmo e seus amigos fundadores tomaram por patrono e inspirados de suas conferências: São Vicente de Paulo. Inúmeras vezes repetiu a quem se deixou inspirar por ele que “os Pobres são nossos mestres e senhores”. De acordo com a ideia de que o Pobre é a imagem viva de Jesus Cristo, eis aqui como expressa São Vicente de Paulo:
“Não temos que olhar os Pobres segundo seu aspecto exterior. Virai a medalha, e à luz da fé, vereis que os Pobres nos representam o Filho de Deus” (Obras completas de São Vicente de Paulo, CEME, Salamanca, tomo XI, p. 725).
Esta visão do Pobre não foi invenção de Vicente de Paulo e nem de Frederico Ozanam. Ambos encontraram-na no Evangelho. Foi também a visão que durante séculos inspirou os imensos esforços que fez o mundo cristão pela redenção histórica e eterna dos Pobres. Porém a ideia começou a se difundir precisamente nos tempos de Vicente de Paulo, perante o crescimento vertiginoso da população Pobre. A sociedade, através de seus chefes políticos, começou a tratar o problema da pobreza, com meios preferencialmente repressivos, como sendo uma mera questão de ordem social. O século XVIII, quase acabou com toda visão cristã ante o problema da pobreza crescente.
De maneira que quando muitos reformadores e revolucionários do século XIX e também do século XX, assustados com as dimensões gigantescas da pobreza criada pela revolução capitalista industrial que ia se apoderando não só da Europa senão de todo o mundo, começaram a pensar em suas próprias receitas para resolver o problema. E nenhum deles, fora os de inspiração cristã, como Frederico Ozanam, lhes passou pela cabeça apelar para a visão cristã tradicional para dar solidez a suas teorias e seus esforços para tratar de resolver o maior problema social daquele tempo, que se agravou ainda mais em nossos dias.
Porém, como também lembrou a toda humanidade o Concílio Vaticano II, que quando se deixa Deus de lado, os mesmos esforços para humanizar a vida social e torná-la mais justa, tornam-se ainda mais cruel ao homem e à organização da sociedade. Exemplo disto, que não tem sido o único ao longo do século XX foi a Revolução de Outubro (Revolução Russa em 1917, também conhecida como Revolução Bolchevique ou Revolução Vermelha).
Frederico Ozanam, precursor do apostolado dos leigos
Os leigos têm por si só uma vocação ao apostolado que não brota da hierarquia, senão de sua união pessoal com Cristo, cabeça da Igreja, ou seja, de seu batismo:
“Inseridos pelo batismo no Corpo Místico de Cristo, é o Senhor mesmo que os destina ao apostolado” (Apostolicam actuositatem, 3).
Esta missão ao apostolado, como dizíamos, não nasce da hierarquia da Igreja, embora surja dentro da Igreja e deve ter em conta “os princípios e os auxílios espirituais” que emanam da hierarquia, pois esta tem como função própria: “orientar o exercício do apostolado para o bem comum da Igreja”, e por isso tem o dever de “vigiar para que se preservem a doutrina e a ordem” (Apostolicam actuositatem, 24).
A partir destas ideias do Concílio Vaticano II, tudo isto chegou a ser hoje uma doutrina suficientemente conhecida e aceita pelo conjunto da Igreja. Porém, nos tempos de Frederico Ozanam, na primeira metade do século XIX, estava muito longe de ser esta uma mentalidade predominante na Igreja Católica. Para Ozanam, já não seria surpresa em seu tempo, estas ideias do Concílio Vaticano II. Ele quis se assegurar da natureza prioritariamente leiga em suas conferências. Frederico Ozanam o fez com toda clareza já no começo das conferências de maneira inequívoca e simples:
“Queremos que esta Sociedade (de São Vicente de Paulo) seja plenamente leiga, sem deixar de ser católica”.
Anos depois, Frederico Ozanam interessou-se pelo mundo das missões, e contribuiu com seus escritos aos recém-fundados: Anais da Propagação da fé (de 1848). De uma de suas contribuições, destacamos esta frase que resume perfeitamente sua visão de cristão leigo, maduro em sua fé e consciente de sua responsabilidade:
“O leigo encontra-se associado ao sacerdote na obra da redenção universal”.
Esta frase reflete perfeitamente a visão definitiva de Frederico Ozanam. A redenção universal da humanidade não pode ficar exclusivamente nas mãos do clero. É uma tarefa para todos os membros da Igreja, pois para todos os batizados que creem no seu nome, vale o mandato de Jesus de anunciar o evangelho a todas as criaturas e nações.
Só que dentro deste mandato de redenção anunciado para todos os povos, os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo acreditam, desde a sua fundação, que o que cabe a eles, por vocação dada sem dúvida pelo Espírito do Senhor Jesus, é o de trabalhar não pela redenção de todas as classes de pessoas, mas somente para as pessoas Pobres. Neste trabalho, as Conferências de São Vicente de Paulo encontram como encontrou Frederico Ozanam, seu caminho próprio para chegar até ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: Jaime Corera, C.M.. •Traduzido do espanhol para o português por: Joelson C. Sotem, C.M.. (11/Set/2012)
FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ESPECIAL SANTA CATARINA DE LABOURÉ Conheça mais sobre a santa vicentina a quem Nossa Senhora fez aparições

Ao longo dos anos, a Igreja Católica reconheceu a santidade em pessoas que praticaram o vicentinismo. Uma delas foi Catarina de Labouré, uma Filha da Caridade - Ramo da Família Vicentina. Ela presenciou aparições de Nossa Senhora e disseminou medalhas (conforme foto), divulgando a devoção mariana.
No último dia 27, completou-se 182 anos de uma das aparições da Virgem a Catarina. Por isso, neste período festivo, o site SSVPBRASIL promove um especial, para que mais pessoas conheçam esta importante santa da Família Vicentina.

Leia histórico


Santa Catarina Labouré
28 de Novembro - Dia litúrgico (ou 27? Abaixo a explicação)
(No dia 27 de novembro a Igreja comemora a Festa de Nossa Senhora das Graças e da Medalha Milagrosa. Um dia depois, 28 de novembro, é a festa de Santa Catarina Labouré, a jovem freira que foi escolhida por Nossa Senhora para ser a mensageira da Medalha Milagrosa).
Santa Catarina Labouré

Santa Catarina de Labouré (também conhecida por Zoe Labouré ou Catarina Labore) nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleónicas.
Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, se colocou a serviço do Bom Mestre, quando se consagrou a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade. "Foi através de um sonho que teve com São Vicente que ela escolheu a Ordem em que entrou".
Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria apareceu a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição.

Nossa Senhora apareceu por três vezes (ou 7 ?) a Santa Catarina Labouré.
Primeira Aparição: a 19 de Julho de 1830 , pelas 11.30h na Capela Rue do Bac, 140 - Paris. Santa Catarina disse:
"A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem''.
Segunda Aparição: a 27 de Novembro de 1830, pelas 05.30h no mesmo local.
Na Terceira Aparição ou Aparições (já que consta que a Virgem Santíssima terá aparecido 5 vezes, em 1831, sempre para falar da Medalha Milagrosa) , Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Na última Aparição, Nossa Senhora diz: "Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações".


FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Oração a São Vicente de Paulo

Súplica
Reconheço Senhor, que sou indigníssimo de estar na vossa divina presença, e muito mais indigno sou dde que minha oração seja por vós ouvida, mais ainda sendo pó e cinzas, clamei e suplicarei, na esperança meu bom Pai, de que me ouvireis e despachareis o que vos peço, pelos merecimentos do vosso grande servo São Vicente de Paulo,e que me dareis graças para fazer a minha oração e tirar dela o devido fruto.
Oração à São Vicente de Paulo
Ó glorioso São Vicente de Paulo, celeste padroeiro de todas as obras de caridade e pai de todos os infelizes, que enquanto viveste sobre a terra, nunca faltastes aqueles que se valeram de vossa proteção.
Vede a multidão de males de que estamos oprimidos, e correi em nosso auxílio, alcançai do Senhor socorro para os pobres, alívio para os enfermos, consolações para os aflitos, proteção para os desamparados, caridade para os ricos, conversão para os pecadores, zelo para os sacerdotes, paz para a Igreja, tranquilidade para os povos e para todos os pobres a salvação.
Sim, que todos experimentem os efeitos de vossa benéfica intercessão, e que, socorridos assim por vós nas misérias desta vida, possamos reunir-nos convosco lá no céu, onde não haverá mais tristeza e nem dor, senão prazer, alegria e bem-aventurança eterna. Amém!
Fonte: site http://portalcot.com/br/blog/oracao-a-sao-vicente-de-paulo/

Salmo 90


Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente, dize ao Senhor: "Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em que eu confio".

(Salmo 90, 1s).

Confie em Deus, abra seu coração e ele agirá.
Fonte: Site Catequisar.com.br

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Per . . . doar


Aprendi, outro dia que perdoar é a junção de "per" com "doar".

Doar é mais do que dar. Doar é a entrega total do outro.

O prefixo "per" que tem várias acepções, indica movimento no sentido "de" ou em "direção" a ou "através" ou "para" etimologicamente falando, portanto, perdoar, quer dizer doar ao outro a possibilidade de que ele possa amar, possa doar-se.

Não apenas quem perdoa que se "doa através do outro".

Perdoar implica abrir possibilidades de amor para quem foi perdoado, através da doação oferecida por quem foi agravado.

Perdoar é a única forma de facilitar ao outro a própria salvação.

Doar é mais do que dar: é a entrega total...

Perdoar é doar o amor, é permitir que a pessoa objeto do perdão possa também devolver um amor que, até então, só negara...
Fonte: Site Catequisar.com.br

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Conferencistas aprovam R$20 mil para a JMJ

Acaba de ser aprovado, por unanimidade, uma doação do Conselho Nacional do Brasil (CNB) para a Jornada Mundial da Juventude, no valor de R$20 mil. Parte deste dinheiro será doada para organização do Encontro Internacional da Juventude Vicentina e, o restante, destinado a membros da diretoria que vão participar da JMJ.
Ainda na reunião, presidentes de Conselhos Metropolitanos manifestaram interesse em fazerem outras doações.
Nas próximas semanas, será lançada uma 'Coleta' específica para o maior evento católico jovem do mundo.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL