quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PLENÁRIA NACIONAL: por uma liderança mais formada e espiritualizada


FOTO: CAPELA DA CASA REGINA COELI, ONDE SERÁ A PLENÁRIA 2012
Ao retornarem para as áreas onde atuam, os vicentinos que participarão da Plenária Nacional devem estar ainda mais formados e espiritualizados. O evento, promovido neste fim de semana no Rio de Janeiro, tem como objetivo capacitar lideranças servidoras, que testemunhem a fé e a caridade.
Na sexta e no sábado, os vicentinos participam de um Programa de Treinamento - sugerido pelo Conselho Geral Internacional (CGI). Dentre os tópicos está: habilidades de comunicação, como estimular o espírito de equipe, formas de organizar uma reunião, dentre outros.
Estão previstos ainda dois momentos de espiritualidade e duas Missas. Haverá também reunião, quando as lideranças vão traçar metas de trabalho para o próximo ano.
Você poderá acompanhar informações da Plenária no site SSVPBRASIL, que fará a cobertura durante o evento.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Família é um dos principais sujeitos da nova evangelização

Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, Itália, considera que a Família aparece como um dos maiores destaques entre os protagonistas da nova evangelização. Sua palavra está num resumo dos últimos debates do Sínodo foi publicado nesta segunda-feira, 22 de outubro, no jornal diário “Avvenire” de inspiração católica.
Leia a matéria que sintetiza as últimas sessões do Sínodo com uma tradução livre do assessor de imprensa da CNBB que está em Roma:


O verdadeiro desafio é devolver a esperança a um mundo que parece perdido. E para encarregar-se dessa missão, cheia de desafios, com todas as forças, com a capacidade de regenerar-se, será a entrega pastoral de uma comunidade eclesial consciente de ter algo de positivo a dizer ao mundo. É esta a perspectiva na qual se deve mover a nova evangelização, assim como está surgindo do Sínodo, depois do tempo dedicado à análise, a traduzir em propostas concretas, as reflexões que estão sendo feitas. Ontem (domingo, 21 de outubro), chegaram as reflexões dos círculos menores, onde se verifica, com do diferentes, uma convergência substancial na identificação da família, da educação dos jovens, no diálogo ecumênico e inter-religioso e de uma renovação da catequese, especialmente aquela endereçada aos adultos, como os pontos centrais sobre os quais se deve concentrar. Tudo isso sem descuidar de outros âmbitos através dos quais passam o anúncio como, por exemplo, os mass media e o compromisso dos políticos cristão que são chamados a agir em coerência com a própria fé sem desvios. Compromisso, em suma, em todos os campos com o esboço também de uma proposta por uma missão mundial de evangelização que poderia ser lançada pelo Papa durante o Ano da Fé.

Referindo-se a respeito do que tem aparecido no “círculo” de língua italiana, o presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, sublinhou que o “processo cultural de secularização é particularmente marcante e merece ser considerado seja como desafio que se coloca para a Igreja sob o perfil cultural, seja como oportunidade oferecida àquela pessoa que crê para renovar as próprias categorias espirituais e culturais”. A propósito dos catequistas e do pedido de se instituir um ministério institucionalizado, Fisichella observou como isso “seja excluído” enquanto “um tal ministério criaria mias problemas de quanto se poderia resolver”. A respeito dos protagonistas da nova evangelização, referindo-se ao próprio grupo de trabalho, dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto (Itália), destacou como “cada batizado, por vocação e missão, é protagonista da nova evangelização”. Isso ocorre “particularmente na realidade da paróquia, através de uma importante ação educativa da Ação Católica e os carismas suscitados pelo Espírito Santo nas novas agregações eclesiais”. Os cristãos leigos, porém, “têm uma tarefa decisiva no testemunho da fé no complexo relacionamento com a realidades nas quais atuam. Em particular, a família no seu conjunto é protagonista decisiva da transmissão da fé”, e “neste âmbito é reconhecido o papel importante que as mulheres têm tido e tem na transmissão da fé cristã”.

Sobre o tema dos carismas tratou também o presidente da Renovação do Espírito, Salvatore Martinez, convidado ao Sínodo, observando que “a mãe de todas as crises que sofremos é espiritual, dentro e fora da Igreja. Uma crise que deve ser lida, enfrentada e vencida primeiramente na ordem sobrenatural, antes que cultural, social e econômico. Será nova evangelização se, mediante a unção profética do Espírito Santo, saberemos devolver ao homem, o humano e ainda ao homem, o divino, assim como às nossas sociedades neopagãs, uma nova ‘ética das virtudes’”. Entre as últimas intervenções na Sala do Sínodo, vale recordar aquela enviada por escrito pelo Cardeal Giuseppe Versaldi, presidente da Prefeitura Vaticana dos Negócios Econômicos, a qual sublinhava que quando na Igreja se cometem “erros” na administração do dinheiro e das propriedades materiais, antes de tudo deve valer a “presunção de boa intenção e de honestidade, ao invés da “fácil acusação de interesse ou de poder pessoal” por isso, “antes da denúncia à autoridade” se deve dar a “possibilidade de arrependimento e reparação”.
FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O tesouro da vida são as pessoas



Sua presença é um presente para o mundo.
Você é única e só há uma igual a você.
Sua vida pode ser o que você quer que ela seja.
Viva os dias, apenas um de cada vez.
Conte suas bênçãos, não os seus problemas.

Você os superará, venha o que vier.
Dentro de você há muitas respostas.
Compreenda, tenha coragem, seja forte.
Não coloque limites em si mesmo.

Muitos sonhos estão esperando para serem realizados.
As decisões são muito importantes para serem deixadas ao acaso.
Alcance o seu máximo, seu melhor, seu prêmio.
Não leve as coisas tão a serio.
Viva um dia de serenidade e não de arrependimento.
Lembre-se que um pouco de amor dura muito.
Dura sempre! Lembre-se que a amizade é um investimento sábio.

Os tesouros da vida são as pessoas.
Perceba que nunca é tarde demais.
Faça a coisa simples, de uma forma simples.
Tenha saúde.
Viva melhor.

Faça como os passarinhos.
Comece o dia cantando. A música é o alimento para o espírito.
Cante qualquer coisa, cante desafinado, mas cante!
Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo
de bom que a vida tem por oferecer.
Se insistir em não cantar, ao menos ouça muita música
e deixe-se absorver por ela.

Ria da vida. Ria dos problemas. Ria de você mesmo.
Ria das coisas boas que lhe acontecem.
Ria das besteiras que fez. Ria abertamente para que todos
possam se contagiar com a sua alegria.

Não se deixe abater pelos problemas.
Se você se convencer de que está bem,
vai acabar acreditando e se sentindo bem.
O bom humor, assim como o mau humor, é contagiante.
Qual deles você escolhe?

Leia coisas positivas. Leia bons livros, poesias,
pois a poesia é a arte de aceitar a alma.
Pratique algum esporte.
O peso da cabeça é muito grande
e ter que ser contrabalançado com alguma coisa.
Você certamente vai se sentir bem disposta,
mais animada e mais jovem.

Encare suas obrigações com satisfação.
É maravilhoso quando se gosta do que faz.
Ponha amor em tudo o que estiver ao seu alcance.
Quando for fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça.
Não viva emoções mornas, próprias de pessoas mornas.
Não deixe as oportunidades que a vida oferece. Elas não voltam.
Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar.
Não deixe que os problemas acumulem. Resolva-os logo! Fale.
Converse. Escute. Brigue.

O que mata é o silêncio e o rancor.
Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que você as estima,
as ama, precisa delas, principalmente em família.

Amar não é vergonha.
Fonte: Site do Catequisar.com.br

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CIMI desmente suicídio coletivo de indígenas


O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) publicou uma nota em seu site onde desmentiu um suposto suicídio coletivo de indígenas das tribos Kaiowá e Guarani, de Pyelito, no Estado do Mato Grosso do Sul. O CIMI atribui a divulgação da notícia na imprensa e redes sociais a uma interpretação equivocada da expressão “morte coletiva” utilizada em carta divulgada pelos indígenas.
O CIMI esclarece que quando os Kaiowá e Guarani usaram a expressão “morte-coletiva”,_que é diferente de suicídio coletivo_, se referiam ao contexto da luta pela terra. Isto é, se eles forem forçados a sair de suas terras pela Justiça ou por pistoleiros contratados por fazendeiros, estariam dispostos a morrer todos nela, sem jamais abandoná-la, pois vivos não sairiam do chão de seus antepassados.
Por outro lado, o CIMI esclarece que o suicídio entre os índios Kaiowá e Guarani ocorre, já há algum tempo, sobretudo entre os jovens. Entre 2003 e 2010 foram 555, motivados porém, por situações de confinamento, falta de perspectiva, violência, afastamento das terras tradicionais e vida de acampamento às margens de estradas. Nenhum dos referidos suicídios ocorreu de maneira coletiva, organizada ou anunciada.
FONTE: CNBB

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Divulgado relatório sobre a liberdade religiosa no mundo


Foi apresentado nesta semana, em Roma, o “Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2012”, realizado pela Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre”. Nota-se, através dos dados, que a situação está piorando em relação ao recente passado e que são sobretudo as comunidades cristãs, mas não somente, as que sofrem graves discriminações, que muitas vezes desembocam em agressões e violências.
O relatório examina 196 países, dos quais 131 de maioria cristã. E são precisamente os cristãos os que mais sofrem discriminações e perseguições. Assinala-se também que a mortificação ao professar a própria fé atinge também outras minorias religiosas, com vários níveis de gravidade. Todos são vítimas de simples atos de ultraje e desprezo a atos de opressão e verdadeira agressão.
Uma situação que muitas vezes causa vítimas inocentes e determina atos de represália entre comunidades e etnias diferentes. Por exemplo, na China e em outros países orientais estão em aumento – segundo o relatório – as tentativas de governos de submeterem as comunidades religiosas aos controles do Estado.
Particularmente preocupante a situação nos países da Primavera Árabe, onde as instâncias democráticas dos primeiros momentos deixaram espaço a um islamismo não moderado. Refletindo sobre isso, a Rádio Vaticano entrevistou o jesuíta egípcio, Padre Samir Khalil Samir, especialista no Islamismo da Universidade São José de Beirute.
"Para eles o ideal é impor a xariá islâmica. Pretendem que seja a lei dada por Deus no século VII a Maomé. Sendo uma lei divina é perfeita. Todas as demais constituições – dizem eles – são humanas, portanto, imperfeitas. Os cristãos, sendo uma minoria, apesar de forte, são os primeiros que sentem esta exclusão. A situação, portanto, cada vez mais difícil. A solução? Queremos mudar, mas é necessário uma mudança de mentalidade, da visão política. Estamos, porém, longe de chegar a isso", afirmou.
O extremismo islâmico dá vida a atos de verdadeira agressão também em países africanos, como Quênia, Mali, Nigéria e Chade. Caso extremo é a Arábia Saudita, onde aos 2 milhões de cristãos residentes não é permitido alguma manifestação do próprio credo.
Um capítulo à parte é representado pela Índia e pelo Paquistão, onde, após as violências anticristãs dos anos passados no Estado de Orissa, as leis contra as conversões hoje representam muitas vezes uma desculpa para cometer abusos de poder. E isso apesar da Constituição indiana reconhecer o pleno direito à liberdade religiosa.
Além do mais, muda a situação dos cristãos por causa da mudança da legislação: no Kirguistão, em sentido positivo, e no Tajiquistão, em sentido negativo, pois a nova lei sobre comunidades religiosas está obrigando muitos cristãos a emigrarem.
Mas diante de tantos abusos e tanta dor, não faltam os exemplos luminosos de colaboração e de convivência pacífica entre cristãos e outras religiões. Frequentemente se consegue trabalhar juntos para o progresso da sociedade. Sobre essa questão falou em entrevista à Rádio Vaticano Nino Sergi, Presidente da Organização humanitária Intersos.
"Diante de casos dramáticos, que nos devem fazer ler as realidades e nos fazer reagir, há centenas, talvez milhares, de casos de pequenas comunidades, pequenos vilarejos, pessoas, associações e assim por diante, que, ao invés, vivem ainda, bastante profundamente, o seu relacionamento entre si, considerando-se iguais e ajudando-se mutuamente. Esses aspectos são hoje pouco valorizados e, creio, ao invés, que deveríamos olhá-los melhor e tutelá-los, desenvolvê-los, ajudá-los a crescer, para que não desapareçam. Há ainda muitas realidades onde se dialoga, onde há respeito, onde os muçulmanos nas grandes festas vão à missa e muitas vezes também os cristãos vão às festas muçulmanas, não tanto por causa de uma mistura de religiões, mas por um respeito mútuo", ressaltou.
FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Família é um dos principais sujeitos da nova evangelização


Dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, Itália, considera que a Família aparece como um dos maiores destaques entre os protagonistas da nova evangelização. Sua palavra está num resumo dos últimos debates do Sínodo foi publicado nesta segunda-feira, 22 de outubro, no jornal diário “Avvenire” de inspiração católica.
Leia a matéria que sintetiza as últimas sessões do Sínodo com uma tradução livre do assessor de imprensa da CNBB que está em Roma:
 O verdadeiro desafio é devolver a esperança a um mundo que parece perdido. E para encarregar-se dessa missão, cheia de desafios, com todas as forças, com a capacidade de regenerar-se, será a entrega pastoral de uma comunidade eclesial consciente de ter algo de positivo a dizer ao mundo. É esta a perspectiva na qual se deve mover a nova evangelização, assim como está surgindo do Sínodo, depois do tempo dedicado à análise, a traduzir em propostas concretas, as reflexões que estão sendo feitas. Ontem (domingo, 21 de outubro), chegaram as reflexões dos círculos menores, onde se verifica, com do diferentes, uma convergência substancial na identificação da família, da educação dos jovens, no diálogo ecumênico e inter-religioso e de uma renovação da catequese, especialmente aquela endereçada aos adultos, como os pontos centrais sobre os quais se deve concentrar. Tudo isso sem descuidar de outros âmbitos através dos quais passam o anúncio como, por exemplo, os mass media e o compromisso dos políticos cristão que são chamados a agir em coerência com a própria fé sem desvios. Compromisso, em suma, em todos os campos com o esboço também de uma proposta por uma missão mundial de evangelização que poderia ser lançada pelo Papa durante o Ano da Fé.

Referindo-se a respeito do que tem aparecido no “círculo” de língua italiana, o presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, sublinhou que o “processo cultural de secularização é particularmente marcante e merece ser considerado seja como desafio que se coloca para a Igreja sob o perfil cultural, seja como oportunidade oferecida àquela pessoa que crê para renovar as próprias categorias espirituais e culturais”. A propósito dos catequistas e do pedido de se instituir um ministério institucionalizado, Fisichella observou como isso “seja excluído” enquanto “um tal ministério criaria mias problemas de quanto se poderia resolver”. A respeito dos protagonistas da nova evangelização, referindo-se ao próprio grupo de trabalho, dom Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto (Itália), destacou como “cada batizado, por vocação e missão, é protagonista da nova evangelização”. Isso ocorre “particularmente na realidade da paróquia, através de uma importante ação educativa da Ação Católica e os carismas suscitados pelo Espírito Santo nas novas agregações eclesiais”. Os cristãos leigos, porém, “têm uma tarefa decisiva no testemunho da fé no complexo relacionamento com a realidades nas quais atuam. Em particular, a família no seu conjunto é protagonista decisiva da transmissão da fé”, e “neste âmbito é reconhecido o papel importante que as mulheres têm tido e tem na transmissão da fé cristã”.

Sobre o tema dos carismas tratou também o presidente da Renovação do Espírito, Salvatore Martinez, convidado ao Sínodo, observando que “a mãe de todas as crises que sofremos é espiritual, dentro e fora da Igreja. Uma crise que deve ser lida, enfrentada e vencida primeiramente na ordem sobrenatural, antes que cultural, social e econômico. Será nova evangelização se, mediante a unção profética do Espírito Santo, saberemos devolver ao homem, o humano e ainda ao homem, o divino, assim como às nossas sociedades neopagãs, uma nova ‘ética das virtudes’”. Entre as últimas intervenções na Sala do Sínodo, vale recordar aquela enviada por escrito pelo Cardeal Giuseppe Versaldi, presidente da Prefeitura Vaticana dos Negócios Econômicos, a qual sublinhava que quando na Igreja se cometem “erros” na administração do dinheiro e das propriedades materiais, antes de tudo deve valer a “presunção de boa intenção e de honestidade, ao invés da “fácil acusação de interesse ou de poder pessoal” por isso, “antes da denúncia à autoridade” se deve dar a “possibilidade de arrependimento e reparação”.
FONTE: CNBB/www.ssvpbrasil.org.br

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Congregação da Missão - Ramo da Família Vicentina - celebra centenário de chegada ao Brasil


A presença dos padres vicentinos (da Congregação da Missão) no Brasil tornou-se realidade a partir de 1903. Eles vieram da Polônia e chegaram ao Paraná, onde fundaram a atual Província de Curitiba. Os padres lazaristas, como eles são mais conhecidos, trabalham em solos brasileiros há quase cem anos, difundindo a fé, inspirada na caridade de São Vicente de Paulo.
Para celebrar o centenário de presença missionário no Brasil, a Congregação da Missão divulga um estudo histórico que retrata detalhadamente o percurso da ordem no país, além de fotos dos fundadores. Confira:




















NOSSAS ORIGENS
Nossas raízes remontam a nosso fundador S.Vicente de Paulo (1581-1660) que, aos 25 de janeiro de 1617, depois de um sermão sobre o sacramento da confissão na igreja de Foleville, inspirado por Deus teve a idéia de formar um grupo de padres que percorresse o interior da França pregando missões aos pobres camponeses. Sua idéia se concretizou quando, aos 17 de abril de 1625 assinou com outros três padres o contrato de fundação da “Congregação da Missão”. Em 1633 a Congregação da Missão foi reconhecida pela Igreja.
A Vicente de Paulo e seus companheiros logo se uniram outros padres e a “Pequena Companhia”, como ele costumava chamar, cresceu. Em 1646 os padres lazaristas, como eram conhecidos porque habitavam a casa de S. Lázaro em Paris, partiram para as missões na Itália (Gênova e Turim), na Argélia, na Irlanda e na Escócia. Em 1648 chegaram a Mandagascar. Em 1651 atendendo o pedido da rainha Maria Luiza da Gonzaga, esposa do rei Casemiro, Vicente de Paulo enviou os cinco primeiros missionários para a Polônia.
Em 1660 quando S. Vicente de Paulo morreu, aos 79 anos de idade, a Congregação da Missão constava de 622 membros que exerciam seus ministérios em oito países diferentes.
Aos 15 de abril de 1820 chegaram ao Brasil, vindos de Portugal, os dois primeiros lazaristas: P. Leandro R. P. de Castro e Antonio Ferreira Viscoso. Estabeleceram-se em Caraça MG. Eles são as raízes da Província Brasileira da Congregação da Missão (Província do Rio de Janeiro).
Em 1875 Adolfo Lamenha Lins, presidente da Província do Paraná, incentivou a imigração de colonos europeus. A primeira leva de imigrantes poloneses chegara alguns anos antes, em 1869. Seu objetivo era fixa-los como legítimos proprietários das terras e não como operários de grandes latifúndios como acontecia em outros estados. Assim, em 1875 nasceram as Colônias Santa Cândida e Órleans.
Em 1876 chegaram da Polônia mais 182 famílias que foram assentadas em terras adquiridas pelo governo na localidade denominada Campina dos Ausentes a 17 km. de Curitiba. A nova colônia recebeu o nome de Tomás Coelho em homenagem a Tomás José de Almeida Coelho, Ministro da Agricultura de Sua Majestade o Imperador D.Pedro II.
Os imigrantes poloneses se dedicaram ao plantio de milho, cevada, batata e outros cereais. Logo construíram uma pequena igreja dedicada a S. Miguel Arcanjo, padroeiro das colheitas. A princípio foram atendidos espiritualmente pelo P. Francisco Gurowski e por outros padres poloneses que se deslocavam da Colônia Órleans e até da Colônia Murici.
Aos 27 de abril de 1892, o papa Leão XIII criou o Bispado de Curitiba separando-a eclesiasticamente do bispado de S.Paulo. Na época Curitiba possuía 30 mil habitantes. O território da diocese compreendia as Províncias do Paraná e Santa Catarina. Seu primeiro bispo D. José de Camargo Barros tomou posse aos 30 de setembro de 1894. Em 1896, D. José trouxe do Rio de Janeiro os primeiros missionários lazaristas para dirigir o Seminário Diocesano que funcionava em um prédio alugado na rua Comendador Araújo.
Aconselhado por eles e com a mediação de D. Cláudio Gonçalves Ponce de Leon, bispo vicentino de Porto Alegre, D. José de Camargo Barros, em 1899 solicitou ao Superior Geral da Congregação da Missão, P. Antoine Fiat (1878-1914), padres missionários poloneses para atender as necessidades espirituais do grande número de imigrantes do Paraná. Na época havia 80 mil imigrantes poloneses no Paraná, dos quais 3 mil moravam em Curitiba e redondezas. E havia apenas 9 padres poloneses, todos do clero secular, para atender os imigrantes. O Superior Geral apresentou o pedido ao Visitador da Polônia, Pe. Soubieille. Mas foi seu sucessor, o P. José Kiedrowski, Visitador da Província da Polônia de 1900 a 1906, que atendeu o pedido de D. José, e em 1903 enviou para o Paraná, os quatro primeiros missionários poloneses, três padres e um irmão. Na época, a Província da Polônia contava com 47 padres e 56 estudantes de filosofia e teologia.
Os primeiros missionários eram: P. Boleslau Bayer
P. Francisco Chylaszek
P. Hugo Dylla
Ir. Alexandre Wengrzyn.
P. Boleslau Bayer era o responsável pela missão. Tinha 38 anos de idade e 14 de sacerdócio. Era o superior da Casa Provincial e Diretor do Seminário Maior. Aceitou de bom coração substituir o P. Ceslau Lewandowski que voluntariamente se propusera vir para o Brasil, mas ficara muito doente.
P. Francisco Chylaszek tinha 29 anos de idade e apenas 4 anos de sacerdócio. Era professor de botânica no seminário menor em Cracóvia. Apresentou-se ao Visitador P. Kiedrowski pedindo para ser missionário no Brasil.
P. Hugo Dylla também tinha 29 anos de idade e 4 de sacerdócio. Era formado em botânica e também apresentou-se como voluntário para vir ao Brasil.
Ir. Alexandre Wengrzyn tinha 32 anos. Era exímio organista e carpinteiro.
A viagem para o Brasil estava prevista para 28 de abril de 1903. Deviam embarcar, em Bordeaux no navio “Chili” da Companhia Chargeurs Reunis. Mas o Ir. Alexandre Wengrzyn não tinha os documentos militares em dia. E a viagem foi postergada para maio. O atraso na partida foi providencial, pois o navio que deviam tomar naufragou no Golfo de Biscaia, no norte da Espanha.
No dia 19 de maio de 1903 os quatro missionários partiram de trem, de Cracóvia para Paris. Em Paris foram recebidos pelo Superior Geral P. Antoine Fiat. Depois de visitarem Lourdes, Dax e Berceau foram para Bordeaux onde, no dia 3 de junho, às 16.30 h embarcaram no navio “Amazonia” da Cia. Chargeurs Reunis, rumo ao Brasil. No dia 21 do mesmo mês aportaram na cidade do Rio de Janeiro. Foram recebidos pelos missionários vicentinos franceses, P. Fréchet e Azymar que já atuavam na cidade. No dia 27 de junho, às 15.00 h embarcaram no navio “Itaipava” que os levou até o porto de Paranaguá, onde desembarcaram no dia 29 do mesmo mês. No dia seguinte, 30 de junho, tomaram o trem que os levou à Curitiba. A viagem demorou 6 h. Foram recebidos pelos coirmãos P. Desidério Deschand e P. Mello que trabalhavam no seminário diocesano. No dia 4 de junho, um sábado de manhã, foram em carroça para a Colônia Tomas Coelho, na Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios do Iguaçu, hoje Araucária. A viagem entre Curitiba e Tomás Coelho demorou 2.00 h.
Foram recebidos com festa pelos colonos poloneses.
Os jornais da época deram destaque à chegada dos missionários.
“Bem vindos ! Os esperados padres Missionários de Cracóvia desembarcaram, no dia 29 de junho último, em Paranaguá e em Curitiba, aos 30. Em nome de todos quantos receberam com alegria esta boa nova que lhes despontará, qual aurora, a mente, e cujos corações tocados pela expectativa de um alvorecer mais risonho vibraram intensamente, apresentamos, jubilosos, boas vindas” (Gazeta Polska, edição de 4 de julho de 1903)
“Já chegaram a esta capital os 3 padres da Província de Cracóvia, da Congregação da Missão, a pedido do Exmo. Sr. Bispo. São os PP. Boleslau Bayer, Hugo Dylla e Francisco Chylaszek e mais um irmão coadjutor Alexandre Wengrzyn. Já tomaram posse da Capelania de Tomás Coelho e pregarão Missões” ( Estrela da Manhã, edição de 12 de julho de 1903)
Eis como o P. Hugo Dylla descreveu suas primeiras impressões sobre o novo campo de missão:
“(...) Designaram-nos provisoriamente para a Colônia Tomás Coelho, distante 20 km da cidade. Os colonos souberam do fato e enviaram alguns para certificarem-se de nossa chegada.
Partimos na manhã do dia 4 de julho de 1903, afim de realizar os ofícios religiosos no domingo. Recebemos vinho de missa e de mesa dos padres lazaristas do seminário, onde nos hospedamos. Esperançosos de que Deus abençoaria nosso trabalho, partimos. O dia era lindo e ao longo do caminho cruzamos com poloneses que nos saudavam, pois a noticia da vinda dos padres poloneses espalhou-se por toda a região.
(....) Recepcionaram-nos com foguetes. Um numeroso grupo de pessoas havia se reunido para contemplar os novos sacerdotes. Há três meses os fiéis não tinham ofícios religiosos e eis que aparecem três padres de uma só vez.
A casa paroquial é pequena, um tanto estragada, com as cercas caídas. Tudo será restaurado no devido tempo. Em compensação a igreja é de bom gosto e agradável. Localiza-se numa pequena elevação. É limpa e a mesa de comunhão, bem como o púlpito, são artisticamente trabalhados. Os castiçais, estandartes e outros utensílios sagrados, são como nas melhores igrejas européias.
No primeiro dia estranhamos a nova moradia. Em redor tudo era silêncio e vazio. Somente existem algumas casinhas distantes. Em contrapartida, o panorama é exuberante. (...) A nossa colônia estende-se por três milhas e as moradas dos colonos acham-se disseminadas pelos morros e canhadas.
(...) espalhou-se a noticia pela colônia que os padres vieram e que haveria missa. Pelas 10 h (do dia 5, domingo) reuniu-se uma multidão de colonos diante da igreja: esqueci que me encontrava no Brasil. Tive a impressão de estar pregando missões na Galícia. São os mesmos honestos e piedosos poloneses, os mesmos costumes, as mesmas vestes, os mesmos ofícios religiosos, os mesmos cânticos na igreja. Antes da missa ressoa o “Haec est dies”, a procissão e as mesmas vésperas.
(...) Ofereciam tudo aos sacerdotes. Já no primeiro dia um colono nos trouxe uma broa, um saco de batatinhas e três frangos. No dia seguinte já tínhamos algumas galinhas, broas, manteiga, dezena de cabeças de repolho.
(...) Ainda que o país seja tão estranho, pois o sol nos ilumina do lado norte, ainda que a lua fique no avesso e sejam completamente outras as estrelas do firmamento,(....) apesar da vastidão do oceano e milhares de milhares de distância de nossa pátria, sempre me parece, bem como a meus companheiros, de que nos encontramos na Galícia, entre os nossos. Perguntamo-nos, será isto efetivamente o Brasil ? será que estamos realmente tão longe de Cracóvia ?
A Província de Cracóvia não enviou apenas os quatro primeiros missionários, mas continuou enviando outros que se juntaram aos quatro pioneiros. Até a criação da Vice-Província em 1921, vieram ao todo 28 padres e três irmãos coadjutores.
São esses os missionários enviados ao Brasil entre 1903 e 1921:
1904 - P. Tomás Soltysik
Ir. Casemiro Nendzynski
1905 - P. Jacinto Miensopust
1906 - P. João Kominek
P. Silvestre Kandora
P. Felix Dejewski
P. Eugênio Kolodziej
1908 - P. Ludovico Bronny
P.Rudolfo Steinsdorfer
P. Francisco Zdzieblo
P. João Wróbel
P. Francisco Komander
P. Estefano Stawianoski

1911 - P. José Joaquim Góral
P. João Zygmunt
1912 - P. Tomaz Kania
P. Aniceto Weiss
P. João Olszówka
1914 - P. Jacó Malik
P. Estanislau Piasecki
P. Valentim Gertner
P. Wiktor Skrabel
1920 - P. Inácio Krause
P. Paulo Warkocz
Ir. Ludovico Mozalewski
1921 - P. João Rzymelka- que veio já nomeado Vice-Visitador.
P. Estanislau Porzycki


Desses, 4 retornaram à Polônia: P.Tomás Soltysik em 1908
P. Eugênio Kolodziej em 1909
P. Rodolfo Steinsdorfer em 1913
P. Wiktor Skrabel em 1919
1 faleceu: P. Félix Dejewski, em Prudentópolis com apenas 37 anos de idade;
1 foi expulso do Brasil: P.Hugo Dylla em 1905
2 deixaram a Congregação: Ir. Casemiro Nendzynski. Em 1905
P. Estefano Stawianowski em 1914.


Trabalhavam nas seguintes paróquias-missão e curatos:
1903 – Tomás Coelho- que era um curato. A paróquia foi criada em 1936
1904 - Lucena (hoje Alto Paraguaçu) e Itaiópolis (a paróquia de Itaiópolis foi criada em 1953)
1905 – Prudentópolis
1906 – Abranches (Curitiba)
1908 – Órleans (Curitiba); Rio Claro; Marechal Mallet
1911 – Rio Vermelho; Massaranduba; Santana-Cruz Machado;
1914 – Água Branca; Ipiranga;
1915 - Treze de Maio (hoje Áurea, município de Erechim)
1918 - Ijuí
1920 – S. Mateus do Sul; Ivaí;
1921 – Catanduvas; Contenda; Guarani das Missões

A VICE-PROVÍNCIA
Entre 1903 e 1921 os padres poloneses que atuavam na missão do sul do Brasil eram comandados por um Superior regional. Esse cargo foi ocupado pelo P. Boleslau Bayer até 1910. A partir dessa data até a criação da Vice-Província o Superior regional era o P. Francisco Chylaszek.
Aos 6 de outubro de 1921, o Superior Geral da Congregação da Missão, P. François Verdier (1919 – 1933) de comum acordo com o Visitador de Cracóvia, P. Kasper Slominski, criou a Vice Província Polonesa do Brasil. Nessa época a Província da Polônia contava com 94 padres; 44 irmãos; 40 seminaristas maiores (filosofia e teologia) e 23 seminaristas menores.
A Vice Província Polonesa do Brasil contava com 20 padres e 2 irmãos, todos poloneses.
A sede estava na casa situada na rua Cruzeiro 115 (atual Jaime Reis, 531) em Curitiba. De fato, aos 23/9/1920, os P. Francisco Chylaszek e José Góral compraram cinco lotes pertencentes ao Sr. Carlos Dietzch situados no endereço acima onde construíram uma casa.
Os Vice-Visitadores e seus conselheiros foram:
1.- P. João Rzymelka – Vice-Visitador (15/10/1921 – 1928)
Conselheiros: P. Boleslau Bayer
P. José Joaquim Góral
P. Francisco Chylaszek (que não aceitou e não compareceu em
nenhuma reunião do conselho)
2.-P. Ludovico Bronny – Vice-Visitador(1928 – 1955)
Conselheiros: (1928-1947) P. José Joaquim Góral
P. Boleslau Bayer
P. Silvestre Kandora

(1947 - 1952) P. José Joaquim Góral
P. João Palka
P. João Wislinski
P. Estanislau Piasecki

(1952 – 1955) P. Estanislau Piasecki
P. João Palka
P. José Kielczewski
P. João Wislinski
3.- P. Estanislau Piasecki – Vice-Visitador (1955 – 1961)
Conselheiros: P. Tadeu Dziedzic
P. José Damek
P. Inácio Zabrzeski
P. João Palka
Ecônomo : P. Bronislau Kozlowski.

4.-P. Tadeu Dziedzic – Vice-Visitador (1961 – 1966)
Conselheiros: P. João Palka
P. José Damek até 1963 sendo substituído pelo P.Eduardo Pinocy
P. José Zajac
P. Lourenço Biernaski
Ecônomo: P. Félix Stefanowicz.

5.-P. Bronislau Bauer – Vice-Visitador (1966 – 1969)
Conselheiros: P. José Kielczewski
P. Eduardo Pinocy
P. João Górka
P. Domingos Wisniewski
Ecônomo: P. Tadeu Dziedzic.

6.-P. Domingos Gabriel Wisniewski – Vice-Visitador (8/2/1969 a 10/9/1969)
Entre a criação da Vice Província em 1921 e a fundação da Província em 1969 vieram da Polônia mais 62 coirmãos e dois missionários que pregaram missões por apenas um ano (Guilherme Szymbior e Wiktor Bieniasz entre 1929-1930).
Coirmãos vindos da Polônia entre 1921 e 1969:
1923 - P. Inácio Zabrzeski
P. Simão Sojka
1928 - P. José Lopacinski
1929 - P. Aloísio Orszulik
P. João Palka
P. Eduardo Pinocy
P. Wiktor Bieniasz (como missionário por um ano)
P. Guilherme Szymbor (como missionário por um ano)

1930 - P. José Kielczewski
1931 - P. Wiktor Dewor
P. João Wislinski
P. Tadeu Dziedzic
1932 - P. José Hajduk
!933 – P. Antonio Myzka
P. Francisco Wierzba
P. João Píton
P. Francisco Madej

1934 - P. Julio Janiewski
P. João Pawlik
1936 - P. Ladislau Rup
P. Estefano Olszak

1937 - P. Wendelin Swierczek
P. Afonso Paszkiewicz
P. Bronislau Kozlowski
P. José Walkowiak
1938 - P. Francisco Maszner
P. Ricardo Gogol

1939 - P. Jose Zajac
P. Casimiro Mikucki
P. Paulo Paszyna
P. José Damek
1945 - P. Ceslau Kochanski
1946 - P. Sigismundo Piotrowski
P. Antonio Rosinki
P. José Grzelinski
P. Bronislau Niemkiewicz

1947 - P. José Kotlinski
P. Henrique Jaworski (primeira vez)
P. José Klaper
P. Félix Stefanovicz – da China de onde foi expulso.
P. Ladislau Serzysko – da China, de onde foi expulso
P. Ladislau Wisniowski
1950 - P. Bronislau Bauer
1951 - P. Francisco Stawarski
P. Félix Brzóska
1952 - P. Wenceslau Szuniewicz
P. Ceslau Dukiel
1953 - Dom Inácio Krause - expulso da China
1955 - P. Alberto Sojka
1957 - P. Tadeu Kolodziejczyk
P. Tadeu Wróbel
P. Zenon Jezierski
1958 - P. Leon Lisiewicz
P. Adalberto Jachimczak
1959 - P. Miecislau Lekent
P. Jorge Badocha
1960 - P. Wiktor Paszek
1962 - P. Humberto Sinka (primeira vez)
P. Marian Litewka
P. André Kaminski
P. Ladislau Musial
P. Premislau Kwas
P. Jorge Morkis
1963 - P. Ladislau Bomba
P. Sigismundo Reczek

Desses regressaram à Polônia: P. Francisco Komander em 1927
P. João Rzymelka em 1929
P. Inácio Krause em 1929- retornou em 1953 como bispo, expulso da China
P. João Kominek em 1931
Ir. Ludovico Mozalewski em 1931
P. José Hajduk em 1932
P. Francisco Zdzieblo em 1938
P. Estevão Olszak em 1938
P. Julio Janiewski em 1939
P. Ceslau Dukiel em 1953 para a França
P. Francisco Stawarski em 1954
P. Henrique Javorski em 1957 – retornou à Província em 1980
P. Adalberto Sojka em 1960 para os E.U.A
P. Humberto Sinka em 1962- retornou à Província em 1989
P. José Grzelinski em 1965
P. Ladislau Bomba em 1965
P. Ladislau Rup em 1967
P. Zygmunt Reczek em 1968
Passaram para o clero secular: P. Aloísio Orzulik em 1947
P. Casemiro Mikucki
P. Félix Brzóska em 1954
Foram laicizados: P. Antonio Rosinski em 1951
P. Chester Kochanski em 1951

Faleceram aqui no Brasil: P. Jacó Malik em 1922
P. Valentin Gertner em 1931
P. Jacinto Miensopust em 1933
P. Francisco Chylaszek em 1942
P. Wiktor Dewor em 1942 (assassinado)
Ir. Alexandre Wengrzyn em 1944
P. José Lopacinski em 1945
P. Boleslau Bayer em 1946
P. Aniceto Weiss em 1946
P. Silvestre Kandora em 1949
P. Estanislau Porzycki em 1956
P. Simão Sojka em 1956
P. José Walkowiak em 1959 (assassinado)
P. José Klaper em 1959
P. José Joaquim Góral em 1959
P. João Zygmunt em 1959
P. João Wislinski em 1961
P. Estanislau Piasecki em 1962
P. Inácio Zabrzeski em 1963
P. Antonio Myska em 1963
P. Wenceslau Szuniewicz em 1963
P. Francisco Madej em 1965
P. Bronislau Niemkiewicz em 1965
P. José Damek em 1965
P. João Olszówka em 1965
P. Tomáz Kania em 1966
P. João Wróbel em 1967

Coirmãos brasileiros ordenados sacerdotes na época da Vice-Província:
1954 - P. Lourenço Biernaski – ordenado em Dax (França)
1955 - P. Domingos Gabriel Wisniewski - ordenado em Paris (França)
1956 - P. Eduardo Wróbel
P. Orestes Grein
1957 - P. Izidoro Kosinski
P. João Górka
1963 - P. Milton Machniewicz
P. Leopoldo Klemba
P. Ladislau Biernaski
P. Antonio Bochnia
1964 - P. João Ukachenski
1965 - P. João Novak
1967 - P. Alexandre Júlio Troscianczuk
1968 - P. Geraldo Valenga
1969 - P.Pedro Gielinski
Observação: Em 1965 foi encardinado na Vice Província o P. Aloísio Deina Goch, ordenado em 1941 na Província do Rio de Janeiro.
Irmãos que emitiram votos até 1969.
Ir. Miguel Patrzyk era candidato ao sacerdócio e emitiu os votos perpétuos em 1957. Mas por causa de sua doença (ataques epiléticos) foi aconselhado a ser irmão e interrompeu seus estudos de teologia. Em 1968 foi readmitido entre os candidatos ao sacerdócio e reiniciou o curso de teologia. Deixou a Congregação em 1969 entrando no seminário dos Padres Saletinos. Atualmente é padre diocesano no Mato Grosso do Sul.
Ir. Jeserino Marques de Jesus fez os votos temporários em 1965 e saiu em 1968.
Ir. Aloise Rozyski fez os votos perpétuos em 1966
Ir. Francisco Stasiv emitiu os votos perpétuos em 1966
Ir. André Jarek emitiu os votos perpétuos em 1971.
Ir. Pedro Banach apenas os votos temporáros em 1967. Saiu em 1970.
Ir. Vitório da Cruz apenas os votos temporários em 1968. Deixou a Província em 1972.
Ir. Zeferino Chopinski fez apenas os votos temporários em 1968 e desistiu em 1970.
Desses 16 padres, 3 foram ordenados Bispos: P. Domingos Gabriel Wisniewski em 1975
P. Ladislau Biernaski em 1979
P. Isidoro Kosinski em 1981

1 passou para o clero diocesano: P. Alexandre Troscianczuk em 1983

2 foram laicizados: Orestes Grein em 1973
Antonio Bochnia em 1968 (faleceu em 1982).


Paróquias sob a responsabilidade da Vice-Província Polonesa do Brasil entre 1921 e 1969:
1903 – Tomás Coelho
1904 - Lucena (hoje Alto Paraguaçu) e Itaiópolis
1905 - Prudentópolis
1906 - Abranches
1908 - Órleans: Rio Claro; Marechal Malet
1911 - Santana-Cruz Machado; Rio Vermelho; Massaranduba;
1914 - Água Branca; Ipiranga;
1920 - S. Mateus do Sul; Ivaí;
1921 - Contenda ( de 1921 a 1936 os padres residiam em Catanduvas; de 1937 a 1958 em Serrinha)
1921 - Guarani das Missões RS.
1922 - Santa Cândida;
1923 - Rio da Prata (fazia parte da Paróquia de Alto Paraguaçu. Tornou-se paróquia em 1965).
1931 - Imbituva; Irati (S. Miguel);
1932 - S. Vicente de Paulo (Curitiba) – reitoria dos poloneses. Como paróquia a partir de 1965.
1935 - D. Feliciano (RS)
1937 - Porto Alegre (capelania polonesa)
1938 - Mafra SC
1941 - Araucária
1964 - Ibaití
1965 - Barreirinha; Curiúva.

A PROVINCIA
Aos 27 de setembro de 1969 o Superior Geral P. James W. Richardson, com a anuência do Visitador da Polônia, P. Francisco Myszka, criou a Província de Curitiba com o nome de: “Congregação da Missão Província do Sul” tendo como território os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e como sede Curitiba. A comemoração oficial ocorreu aos 29 de novembro de 1969. Além de todos os padres da nova Província, estiveram presentes o Assistente Geral da CM. P. Floriano Kapusciak e o Visitador da Província de Utica (USA), P. Henrique Sawicki.
No ano de sua criação a Província contava com:
1 bispo
49 padres – 33 poloneses e 16 brasileiros
7 irmãos
8 noviços
165 seminaristas menores.
Possuía 19 paróquias e uma capelania que formavam 6 Casas Canônicas.
Seminário Menor e Seminário Maior (filosofia e teologia).

Os Visitadores e Conselheiros foram os seguintes:
1.- P. Domingos Gabriel Wisniewski (27/9/1969 – 2/7/1975)
Conselheiros: P. José Kielczewski
P. Tadeu Kolodziejczyk
P. Jorge Morkis
P. Ladislau Biernaski
Ecônomo: P. Tadeu Dziedzic
2.-P. Ladislau Biernaski ( 1975 – 1979)
Conselheiros: P. Bronislau Bauer
P. Milton Machniewicz
P. Valeriano Pedro Klidzio
P. Félix Stefanowicz
Ecônomo : P. Tadeu Dziedzic

-P. Isidoro Kosinski (28/4/79 – 26/6/79) – Visitador interino.
Com a escolha do Visitador P. Ladislau Biernaski para bispo auxiliar de Curitiba, o P.
Isidoro Kosinski, que desde 1978 era Assistente Provincial, assumiu interinamente a
Província, até a eleição do novo Visitador.
3.-P. Lourenço Biernaski (1979 – 1983)
Conselheiros: P. Isidoro Kosinski – Assistente Provincial
P. Valeriano Pedro Klidzio
P. Marian Litewka
P. Leon Lisiewicz
Ecônomo : P. Tadeu Dziedzic.Foi substituído pelo P. Isidoro Kosinski até 1980.
Em 1980 o P. Isidoro Kosinski foi eleito bispo de Três Lagoas (MS) e
o P. Augusto Selenka foi nomeado ecônomo provincial.
4.-P. Geraldo Valenga (1983 – 1987)
Conselheiros: P. Valeriano Pedro Klidzio – Assistente Provincial
P. José Bacheladenski
P. Xisto Pontarolo Bobato
P. Aloísio Deina Goch
P. Pedro Speri
P. Euzébio Spisla
Ecônomo: P. João Ukachenski

5.-P. Xisto Pontarolo Bobato (1987 – 1989)
Conselheiros: P.José Carlos Fonsatti – Assistente Provincial
P. Albino Czanowski
P. Lourenço Biernaski
P. Francisco Mazur
P. Mizael Pugioli
P. Aldo Seidel
Ecònomo: P. João Ukachenski.
P. José Carlos Fonsatti (15/6/89 – 27/9/89)
Com a renúncia do Visitador P. Xisto P. Bobato, assumiu a Província o Assistente
Provincial, P. José Carlos Fonsatti, até a eleição do novo Visitador.
6.-P. Euzébio Spisla (1989 - 1993)
Conselheiros: P. Pedro Gielinski - Assistente Provincial
P. João Novak
P. Geraldo Valenga
P. Marian Litewka
P. José Carlos Fonsatti
P. Valeriano Pedro Klidzio.
Ecônomo: P. João Ukachenski
7.-P. Euzébio Spisla (1993 – 1996) – reeleito.
Conselheiros: P. Dirceu Keller – Assistente Provincial
P. Lourenço Biernaski
P. Simão Valenga
P. Francisco Mazur.
Ecônomo: P. Bernardino Hable
8.-P. Valeriano Pedro Klidzio (1996 – 1999)
Conselheiros: P. Mizael Pugioli – Assistente Provincial
P. Fabiano Spisla
P. Umberto Sinka
P. Luiz Carlos Oliveira.
Ecônomo: P. Geraldo Valenga
9.-P. Simão Valenga (1999 – 2002)
Conselheiros: P. Euzébio Spisla – Assistente Provincial
P. Aldo Seidel
P. André Marmilic
P. Estanislau Slowik
Ecônomo: P. Geraldo Valenga
10.-P. Simão Valenga (2002 - ) – reeleito
Conselheiros: P. Euzébio Spisla – Assistente Provincial (reeleito)
P. Dirceu Keller
P. Joelson Sotem
P. Leocádio Zytkowski
Ecônomo: P. Joelson Sotem.

Padres que vieram da Polônia depois de 1969:
1969 – P. Estanislau Goncerzewicz
1970 - P. João Kulaga
1980 - P. Henrique Jaworski (segunda vez)
1995 - P. Estanislau Slowik
Observação: Em dezembro de 1991 chegou da Província de Turim (Itália) o P. Piercarlo Beltrando. Em 1999 voltou para a Província de origem e retornou em 2001.

Depois da criação da Província retornaram para a Polônia: P. Ladislau Bomba em 1965
P. Zygmunt Reczek em 1969
P. Paulo Paszyna em 1975
P. João Píton em
P. Wiktor Paszek
P. Humberto Sinka em 2001
Faleceram aqui no Brasil: P. Paulo Warkocz em 1972
P. José Kielczewski em 1973
P. José Grzelinski em 1977
P. Sigismundo Piotrowski em 1978
P. José Zajac em 1985
P. Francisco Maszner em 1986
P. Bronislau Bauer em 1986
P. João Palka em 1987
P. Tadeu Dziedzic em 1989
P. Wendelin Swierczek em 1991
P. Felix Stefanowicz em 1995
P. Bronislau Kozlowski em 1996
P. Tadeu Kolodziejczyk em 1996
P. Ladislau Serzysko em 1997
P. Francisco Wierzba em 1998
P. João Pawlik em 1999
P. Ricardo Gogol em 2001
P. Henrique Jaworski em 2001
P. Mieceslau Lekent em 2002
Passaram para o clero diocesano: P. Jorge Badocha em 1970
P. José Kotlinski em 1972
P. Estanislau Goncerzewski em 1972
P. Premislau Kwas em 1974
P. Ladislau Musial em 1974
P. Adalberto Jachimczak em 1977
P. Tadeu Wróbel em 1983
Laicizados: P. Zenon Jezierski em 1970

Padres ordenados no Brasil depois de 1969:
1971 - P. Valeriano Pedro Klidzio
1973 - P. Estanislau Belinoski
P. Darci João Cracco
P. José Arcelino Herek
P. Euzébio Spisla
P. Geraldo Kornatzki
P. Luiz Carlos Meger
1974 - P. Francisco Belinoski
P. Xisto Pontarolo Bobato
P. José Carlos Fonsatti
P. Antonio Mika
P. Francisco Mazur
P. Valentin Szychta
P. Simão Valenga
1975 - P. José Alberto Orlovski
P. Cláudio Mikos
P. Vicente Keller
P. Vilso Paulo Longo
1976 - P. Pedro Greboge Filho
P. Mário Luiz Andrzejewski
P. José Bacheladenski
P. Antonio Franczak
P. Leopoldo Gogola
P. Joacir Grandi -
P. Ambrózio Iantas
P. Pedro Speri
P. Valentin Zazycki
1977 - P. Adalberto Fávero
P. Ênio Castro da Paz
P. Fabiano Spisla
P. Vicente Klisiewicz
P. Augusto Selenka
P. Inácio Arendt
P. Gilson César de Camargo
P. Francisco Hable
P. Firmino Perszel
1978 - P. Albino Czanowski
P. Aldo Seidel
P. Geraldo Setlik
P. Antonio Ciulik
P. Eugênio Wisniewski
1979 – P. Germano Nalepa
P. Antonio Incott Junior
1980 - P. José Carlos Chacorowski
P. Luiz Czarnecki
P. José Luis Damião Monteiro
P. Alexandre Spisla
P. Pedro Krupa
P. Ivo Gondek
P. Ednon Reimão de Melo
P. Carlos Schafaschek
P. Miguel Staron
P. Arivonil Vieira
P. Eugênio Dirceu Keller
1981 - P. Marcio Abdalem Vidigal
P. Laurí Vital Bósio
P. Mizaél Donizetti Pugioli
P. Erni de Oliveira
P. Sérgio Fernandes Stacheski
P. Lauro Czarnecki
1982 - P. Arno Longo
P. Lourenço Mika
1983 - P. Ari Alves dos Santos
P. Érico Schelbauer
1985 - P. Edson dos Santos
1986 - P. Clístenes Natal Bósio
P. João Delong
P. Atílio Benka
P. Bernardino Hable
1988 - P. André Marmilic
P. Luiz Carlos Oliveira
1989 - P. Cláudio Walenga
P. Joelson Cezar Sotem
P. Moacir Cardoso Vargas
1991 - P. Rogério Francisco Narloc -
1994 - P. José Moreira
1996 - P. Leocádio Zytkowski
P. Luiz Carlos Sartor
1998 - P. Marcos Mirek
1999 - P. Pedrinho Carlos da Silva
P. Silvestre Grzybovski
2000 - P. Odair Miguel Gonçalves dos Santos
2001 - P. Ilson Hubner
2002 - P. Carlos Bacheladenski
P. Francisco de Assis Rodrigues
P. Marcos Valaski.
Entre 1969 e 2002 foram ordenados 86 padres, dos quais:
4 faleceram: P. Francisco Belinoski em 1978
P. Francisco Hable em 1980
P. Márcio Abdalem Vidigal em 1994
P. Luiz Carlos Meger em 1996
32 foram laicizados: em 1975 José Arcelino Herek
1978 Geraldo Kornatzki
Antonio Franczak
1980 Cláudio Mikos
1982 Inácio Arendt
Fermino Perzel
1984 Adalberto Fávero
Augusto Selenka
1985 Vicente Keller
Ambrósio Iantas
Valentim Zazycki
Antonio Ciulik
Ivo José Gondek
Carlos Schafachek
Arivonil Vieira
Erni de Oliveira
Edson dos Santos
1986 Mario Andrzejewski
1987 Darci João Cracco
Geraldo Setlik
1988 Estanislau Belinoski
Alexandre Spisla
Pedro Krupa
1990 Leopoldo Gogola
Vicente Klisiewicz
1992 Sérgio Stacheski
Antonio Incott Junior
1995 Lauro Czarnecki
Bernardino Hable
1996 Valentim Szychta
1998 Rogério Narloc
1999 Joacir Grandi
8 passaram pra o clero diocesano: em 1982 Ênio Castro da Paz (Diocese de Novo Hamburgo)
1984 José Luiz D. Monteiro (Diocese de Apucarana)
1986 Xisto Pontarolo Bobato (Diocese de Apucarana)
1987 Ednon Reimão de Melo (Diocese de Cornélio Procópio)
Érico Schelbauer (Diocese de Jacarezinho)
1988 Atílio Benka (Diocese de Jales)
1995 João Delong (Diocese de Garanhuns)
1997 Pedro Speri (Diocese de Campo Mourão)
2 atualmente estão na Província de Fortaleza: Ari Alves dos Santos (Visitador)
Arno Longo
1 em licença temporária: Pedro Greboge Filho

ATIVIDADES PASTORAIS
O objetivo da vinda dos missionários poloneses ao Paraná foi a assistência espiritual dos colonos poloneses. Essa se concretizou no atendimento paroquial e nas missões populares.
Trabalho Paroquial:
O primeiro campo de ação foi o curato de S. Miguel em Tomás Coelho. As missas e demais sacramentos eram celebrados em latim e polonês. Tomás Coelho foi elevada a categoria de paróquia somente em 1936 e seu primeiro pároco foi o P. Boleslau Bayer.
A primeira paróquia assumida pelos missionários poloneses foi a de S. Estanislau em Lucena, hoje Alto Paraquaçú, aos 9 de maio de 1904. Convem lembrar que na época essa região pertencia à Diocese de Curitiba e à Província do Paraná. Os primeiros padres que ali trabalharam foram: Tomás Soltysik- pároco e Hugo Dylla- vigário paroquial. Residindo em Alto Paraguaçu os padres também atendiam a vizinha colônia polonesa de Itaiópolis. A paróquia de N. Sra. Da Medalha Milagrosa de Itaiópolis só foi criada em 1953 e seu primeiro pároco foi o P. Afonso Paszkiewicz.
Em 1905 foi assumida a paróquia de S.João Batista de Prudentópolis. O primeiro pároco foi o P. Francisco Chylaszek.
Em 1906 D. Duarte Leopoldo e Silva, segundo bispo de Curitiba confiou aos padres vicentinos o curato de Santa Ana de Abranches. O primeiro padre vicentino que trabalhou ali foi o P. Silvestre Kandora. Abranches foi elevada a categoria de paróquia em 1936 e seu primeiro pároco foi o P. José Góral.
Em 1908 os padres assumiram o curato de Santo Antonio de Órleans na pessoa do P. Francisco Chylaszek. A paróquia foi criada em 1936. De Órleans os padres atendiam também os colonos que moravam na Colônia D.Pedro II. E à proporção que chegavam mais missionários da Polônia, se assumia mais campos de evangelização. Um dado interessante é que a maioria dos lugares onde nossos padres começaram o trabalho paroquial eram apenas Curatos. Foram eles que com dedicação e zelo apostólico, além de construírem as igrejas e casas paroquiais, prepararam o povo para a criação das paróquias.
Na impossibilidade de descrever o inicio de cada uma delas, apenas relembro-as.
Paróquias onde já atuamos durante esses cem anos:
Paróquia Santo Estanislau – Alto Paraguaçu – SC. de 1904 a 1986
Primeiros padres: Tomás Soltysik e Hugo Dylla.
A igreja matriz foi construída pelo P. João Kominek
Paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – Itaiópolis – SC. de 1904 a 1986
Atendida desde 1904 quando ainda era capela de Alto Paraguaçu.
A matriz foi construída pelo P. João Olszowska e a casa paroquial pelo P.
Afonso Paskiewicz
Em 1953 tornou-se paróquia e o primeiro pároco foi o P. Afonso Paskiewicz.
Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Rio Claro do Sul – Pr de 1908 a 1970
Em 1908 começou ser atendida pelo P. Silvestre Kandora
Tornou-se paróquia em 1911
Paróquia São Pedro – Marechal Mallet – Pr de 1908 a 1967
Atendimento desde 1908. Em 1935 o P. Francisco Madej estabeleceu-se na
localidade. A paróquia foi criada em 1948 e o primeiro pároco foi o P.
Sigismundo Piotrowski que também construiu a matriz.
Paróquia Nossa Senhora das Graças - Rio Vermelho SC de 1911 a 1933
O primeiro pároco foi o P. José Joaquim Góral que construiu a matriz.
Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Massaranduba SC de 1911 a 1921
O primeiro pároco: P. José Joaquim Góral.
Paróquia São José – Antonio Olinto de 1911 a 1955
Era apenas uma colônia polonesa. P. Francisco Komander, entre 1911-1913 se
deslocava de Órleans para o atendimento dos colonos. A partir de 1914 os padres
iam de Água Branca. Tornou-se depois capela de S.Mateus do Sul.
Paróquia São José - Água Branca Pr (município de S. Mateus do Sul ) de 1914 a 1977
Primeiro pároco: P. Francisco Komander
Em 1930 a paróquia foi extinta e seu território foi incorporado à paróquia de
de S. Mateus do Sul.
Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Ipiranga Pr de 1914 a
Primeiro pároco:
Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro – Áurea RS de 1915 a 1918
Primeiro pároco: P. Jacinto Miensopust

Paróquia Nossa Senhora da Natividade – Ijuí RS de 1918 a 1920
Primeiro pároco: P. Jacinto Miensopust
Paróquia de Santana – Cruz Machado Pr de 1920 a 1960
Primeiro pároco: P. Aniceto Weiss
Paróquia São Mateus Evangelista – São Mateus do Sul Pr de 1920 a 1994
Primeiros padres: Francisco Zdieblo e João Zygmunt
A matriz foi iniciada em 1954 pelo P. Bronislau Koslowski e concluída pelo P. Bronislau Bauer em 1961.
Paróquia Santa Tereza D’Avila - Guarani das Missões RS de 1921 a 1942
Primeiro pároco: P. João Wróbel que construiu a igreja e a casa paroquial.
Paróquia Nossa Senhora da Luz – Irati Pr de 1931 a 1948
Primeiro pároco: P. Paulo Warkocz que iniciou a construção da matriz, concluída pelo P. Tadeu Dziedzic.
Em 1948 D. Antonio Mazarotto, bispo de Ponta Grossa, dividiu a cidade em duas paróquia. Nossa Província assumiu a nova paróquia de S. Miguel Arcanjo, onde havia maior concentração de descendentes de poloneses, deixando a paróquia de Nossa Senhora da Luz para os Freis Capuchinhos.
Paróquia Nossa Senhora de Czestochowa – D. Feliciano RS de 1935 a 1942.
Primeiro pároco: P. Antonio Myska. Seu sucessor, P. Wictor Dewor foi assassinado em 1942 e a paróquia foi entregue ao bispo diocesano.
Paróquia São Miguel Arcanjo – Irati Pr de 1948 a 1996
Primeiro pároco: P. Tadeu Dziedzic.
Paróquia Nossa Senhora das Dores – Curitiba (Bigorrilho) de 1952 a 1957
Primeiro Pároco: P. Francisco Madej.
Paróquia São Sebastião – Faxinal Pr de 1957 a 1959
Primeiro pároco: P. José Kotlinski
Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Ibaiti Pr de 1964 a 1987
Primeiro pároco: P. Tadeu Kolodziejczyk

Paróquia Divino Espírito Santo – Curiúva Pr de 1964 a 1966
Primeiro pároco: P. Eduardo Wróbel. A Província reassumiu a paróquia em 1993.
Paróquia São Pedro Apostolo – Rio da Prata SC de 1965 a 1970
A comunidade já era atendida desde 1923 pelos padre residentes em Alto Paraguaçu. Em 1965 foi criada a paróquia. O primeiro pároco foi o P. Mieceslau Lekent que construiu a matriz.
Paróquia Santo Antonio – Evaristo (Santo Antonio da Patrulha) RS de 1970 a 1972
Primeiro pároco: P. Tadeu Kolodziejczyk
Paróquia Senhor Bom Jesus e Santa Bárbara – Figueira Pr de 1975 a 1987
Primeiro pároco: P. Geraldo Kornatzki
Paróquia Santo Antonio de Lisboa – Japira Pr de 1978 a 1987
Primeiro pároco: P. Bronislau Kozlowski

Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Três Lagoas MS de 1983 a 1989
Primeiro Pároco: P. Ari Alves dos Santos
Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Leópolis Pr. De 1983 a 1993
Primeiro pároco: P. Mizaél Pugioli
Paróquia São José - Cornélio Procópio Pr de 1983 a 1997
Primeiro pároco: P. Erní de Oliveira
Paróquia Santa Luzia – Três Lagoas MS de 1996 a 1997
Primeiro pároco:
Paróquia Santa Efigênia - Curitiba de
Primeiro pároco: P. José Alberto Orlovski
A igreja matriz foi começada pelo P. José Alberto e concluída pelo P. Gilson C. Camargo.

Paróquia atuais sob a responsabilidade da Província:
Em Curitiba:
- Paróquia Sant’Ana de Abranches desde 1906
- Paróquia Santo Antonio de Órleans desde 1908
- Paróquia Santa Cândida desde 1922
- Paróquia Santa Gema Galgani, Barreirinha desde 1965
- Paróquia S. Vicente de Paulo desde 1932 como reitoria. A paróquia foi criada em 1965.
Região Metropolitana de Curitiba:
- Paróquia Nossa Senhora da Anunciação (Col. D.Pedro II) desde 1975
- Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, Araucária, desde 1942
- Paróquia N.S. das Dores (antes S. Miguel), Tomás Coelho, desde 1903.
- Paróquia N. S. do Perpétuo Socorro, Araucária, desde
- Paróquia S. João Batista, Contenda, desde 1921
- Paróquia Imaculada Conceição, Catanduvas, desde 1921
No Estado do Paraná:
- Paróquia S.João Batista, Prudentópolis, desde 1906
- Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Inácio Martins, desde 1975
- Paróquia Santo Antonio, Imbituva, desde 1931
- Paróquia Menino Jesus, Guamiranga, desde 1981
- Paróquia Cristo Rei, Ivaí, desde 1920
- Paróquia Divino Espírito Santo, Curiúva, desde 1993
- Paróquia S. Jerônimo, S. Jerônimo da Serra, desde 1980
- Paróquia S.Bom Jesus dos Perdões, Guaraqueçaba, desde 1986
No Estado de Santa Catarina:
- Paróquia São José, Mafra, desde 1938
No Estado do Rio Grande do Sul:
- Capelania Polonesa N.S. de Czestochowa, Porto Alegre, desde 1937.
No Estado de S. Paulo:
- Santuário São Vicente de Paulo, Ipiranga- capital, desde 1991
No Estado do Mato Grosso do Sul:
- Paróquia Bom Pastor, Brasilândia, desde 1982
- Paróquia Santa Rita de Cássia, Três Lagoas, desde 1981
As Missões Populares.
Dos quatro primeiros missionários, os padres Francisco Chylaszek e Hugo Dylla dedicaram-se às missões populares. O P. Boleslau Bayer era o superior e se dedicou mais aos trabalhos pastorais em Tomás Coelho auxiliado pelo Ir. Alexandre que era um grande organista. Porém sempre que possível o P. Bayer auxiliava os outros missionários. Já em 1904 iniciaram as missões populares para os imigrantes poloneses. Os primeiros campos de trabalho foram: Colônia Rio dos Patos no município de Prudentópolis, S. Mateus do Sul, Água Branca e Lucena (hoje Alto Paraguaçu). As missões seguiam o esquema tradicional: pregações, missas, confissões e outros exercícios de piedade (procissões, terço, via-sacra ...) A princípio as missões eram destinadas aos imigrantes poloneses, pois os padres ainda não dominavam a língua portuguesa. Duravam, no mínimo quinze dias, divididos em duas etapas: uma semana para os homens, adultos e jovens; outra para as mulheres, senhoras e moças. As missões terminavam com a Missa Solene, Comunhão geral, Benção do Santíssimo e implantação do Cruzeiro com a inscrição “Salva tua Alma” (Zbaw Dusze Swoja).
Nos primeiros anos não havia ainda uma equipe missionária fixa. Todos os padres eram missionários e pregaram as missões conforme as necessidades e as possibilidades. Assim o P. Bayer, que passou os quarenta anos de sua permanência no Brasil, em Tomás Coelho, pregou missões em Abranches, na igreja do Rosário em Curitiba, em Serrinha (Contenda), Tomás Coelho e Colônia Cristina. O P. João Rzymelka pregou em Araucária e Ijuí; os padres Piasecki e Gertner em Guarani das Missões e nas colônias polonesas do Alto Uruguai. Em 1921 chegaram os Padres Guilherme Szymbor e Wiktor Bieniasz só para pregar missões. Suas pregações começaram no próprio navio em que viajavam e que trazia para o Brasil mais 740 imigrantes poloneses.
Com o domínio da língua portuguesa, os padres começaram a pregar missões também às pessoas de outras nacionalidades. Merece uma honrosa menção o trabalho de evangelização dos índios feitos pelo padre Francisco Komander, em Três Bicos do Ivaí, perto de Cândido de Abreu Pr, junto à tribo dos índios coroados, e dos padres João Kominek e João Olszówka com os ferozes índios Botocudos que habitavam a região de Alto Paraguaçu.
Durante a segunda guerra mundial e nos anos seguintes as missões populares se tornaram mais esporádicas. Os missionários se dedicaram, então, mais ao trabalho paroquial.
Em 1957 o P. Lourenço Biernaski, primeiro brasileiro a ser ordenado, iniciou seus trabalhos como missionário. Ele merece um lugar especial na galeria de nossos incansáveis missionários. P. Lourenço pregou missões em mais de 50 localidades entre os anos de 1969 a 1977.
Cabe também a ele a iniciativa de convidar religiosas para as missões. Assim em 1969 foi auxiliado por duas irmãs da Congregação das Franciscanas da Sagrada Família de Maria, nas missões em Rio da Prata. No mesmo ano contou com a colaboração de duas irmãs Filhas da Caridade nas missões em Cambira. Em 1971 P. Lourenço inovou mais uma vez e pregou missões em S. Mateus do Sul auxiliado por 5 leigos. A partir de 1972 também nossos seminaristas teólogos participaram de algumas missões.
Em 1975 foi constituído um grupo fixo de missionários: P. Lourenço Biernaski - diretor, P. Wiktor Paszek, P. Pedro Greboge Filho, e P. Miecislau Lekent, depois substituído por motivos de saúde pelo P. Darci João Cracco e mais tarde pelo P. Inácio Arendt. O Pe. Cláudio Mikos atuou no Grupo Missionário de janeiro de 1977 a 31 de janeiro de 1979. O P. Lourenço deixou a equipe missionária em 1979 quando foi eleito Visitador.
Em 1980 o P. Euzébio Spisla tornou-se o diretor do grupo missionário até 1984 quando foi nomeado diretor das Filhas da Caridade. O P. Pedro Krupa foi seu substituto. Nessa época p grupo missionário era formado pelos padres Pedro Krupa, Luiz Carlos Meger e por dois leigos, um rapaz e uma moça. Infelizmente os dois leigos não eram preparados para as missões o que causou muitos transtornos. Em 1987 o grupo missionário foi desfeito. A equipe missionária só foi refeita quando, em 1998 o P. Euzébio Spisla retomou as missões populares com os padres Leocádio Zytkowski e Luiz Carlos Sartor. Porém em 2000 a equipe se desfez novamente quando seus membros assumiram paróquias. Atualmente a equipe missionária está se refazendo graças aos esforços dos padres Vilso Longo e Francisco de Assis Rodrigues.
Infelizmente a Província perdeu seu espírito missionário que tanto animou os coirmãos vindos da Polônia. Apesar de tantos percalços e graças ao esforço de tantos coirmãos, durante esses 100 anos nossos missionários levaram a Palavra de Deus a mais de 150 municípios dos estados do sul do Brasil.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL, com histórico da Congregação da Missão

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Senado divulga lista de agraciados com a Comenda Dom Helder Câmara


O presidente do Conselho da Comenda de Direitos Humanos 'Dom Helder Câmara', senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), leu em Plenário, nesta quarta-feira, 17 de outubro, a lista dos cinco agraciados com o prêmio este ano.
Receberão a comenda em virtude de sua história de luta em defesa dos direitos humanos o arcebispo emérito da Paraíba (PB), dom José Maria Pires, o arcebispo emérito de São Paulo (SP), cardeal Paulo Evaristo Arns, o procurador da República Felício Pontes Júnior, o advogado e professor João Baptista Herkenhoff e o líder camponês Manuel da Conceição Santos.
Foram analisados 21 indicados para a escolha dos cinco premiados.
A cerimônia de premiação ocorrerá em sessão do Senado no mês de dezembro, em data a ser marcada. Esta é a terceira edição da comenda, criada em 2010.
Já receberam a comenda em anos anteriores o ministro do Supremo Trunal Federal, Carlos Ayres Britto, o cardeal dom Eugênio de Araújo Sales, o historiador Jair Krischke, o arcebispo dom Marcelo Pinto Carvalheira, os bispos dom Tomás Balduíno, dom Pedro Casaldáliga e dom Manuel da Cruz, os deputados Paulo César Fonteles de Lima e Marcelo Freixo, e os defensores públicos Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso.
FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Lançado CD com o Hino da CF 2013


Já está disponível nas livrarias católicas do Brasil o CD com o Hino da Campanha da Fraternidade de 2013 e os cantos para a quaresma do ano C. Desde 2006, por decisão dos bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), o CD traz o hino da Campanha da Fraternidade e o repertório quaresmal correspondente a cada ano.
A Campanha da Fraternidade 2013, que tem por tema “Fraternidade e Juventude”, e lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Cf, Is 6,8) , teve seu hino escolhido a partir de concurso aberto para todos que desejassem participar. A canção foi composta para servir durante encontros, debates, seminários, palestras e estudos sobre a temática em questão. O CD contém outras faixas inéditas para as celebrações da quaresma do ano C, além de músicas para o trabalho de evangelização com a juventude.
O assessor de Música Litúrgica da Conferência Nacional dos Bipos do Brasil (CNBB), padre José Carlos Sala afirma que, de acordo com suas potencialidades, “as equipes de canto e música escolherão o melhor meio para apropriar-se desse rico repertório quaresmal que aparece no CD e no Hinário Litúrgico da CNBB e ajudar os fiéis na assimilação dos cantos próprios deste tempo”.
“Que o hino da Campanha da Fraternidade e os cantos próprios para o trabalho de evangelização com os jovens ajudem no processo de reflexão da realidade da juventude no Brasil e sejam sinal de alegria e comunhão eclesial”, disse o assessor.


FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A fábula da águia e da galinha



Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.

"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.

Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.

Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:

- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.

- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.

- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.

Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:

- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

 O camponês comentou:

- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.

Sussurrou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.

O camponês sorriu e voltou a carga:

- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!

- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a  águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e
dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:

- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.

Foi quando ela abriu suas potentes asas.

Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.

Voou. E nunca mais retornou."

Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”  

Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ
Fonte: Site Catequisar.com.br

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Padres Sinodais pedem que leigos sejam os protagonistas da Nova Evangelização


Formar adequadamente os leigos, apoiar a família, promover o diálogo ecumênico e inter-religioso: foram esses os instrumentos da nova evangelização evidenciados na manhã desta segunda-feira, 15 de outubro, pelo Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano. Esteve no centro da 11º Congregação – realizada na presença do Papa – também um apelo em favor da paz e do diálogo na República do Mali.
O país africano está vivendo um "tempo de inquietude": o Sínodo descreve as dificuldades sociais e políticas, bem como eclesiais, ligadas aos obstáculos da evangelização num contexto em que os confrontos entre rebeldes e governo provisório são uma ameaça para a religião. Diante dessa realidade, os Padres sinodais invocam a paz e reiteram a importância do diálogo.
Mas além das crises africanas, também são sombrias as páginas européias, em que a globalização cria novas formas de martírio, incruentas, mas sofridas; a intolerância em relação aos cristãos é indolente, mas contínua; Deus não é somente negado, mas desconhecido.
Diante de tal realidade, a nova evangelização pode depositar sua confiança em três "instrumentos", afirma o Sínodo: os leigos, as famílias, e o diálogo ecumênico e inter-religioso.
Portanto, os leigos devem ser formados de modo adequado, sólido, intenso – quem sabe também mediante Sínodos locais que os envolvam diretamente –, de forma que sejam capazes de não ceder às ilusões do mundo e de dar testemunho dos valores autênticos, não baseados no conformismo da fé.
O Sínodo ressalta que não se pode ser ou membros da Igreja ou cidadãos do mundo: as duas dimensões caminham juntas. Os leigos devem "formar redes" nas dioceses, afirmam os bispos, mesmo porque se a Igreja se distanciar da sociedade, a nova evangelização não produzirá frutos.
Em seguida, o Sínodo destaca o grande desafio da família, Igreja doméstica, sujeito de evangelização: deflagrada a causa da história ocidental baseada na libertação de todo e qualquer laço, hoje a questão familiar se apresenta como o problema número um da sociedade – evidencia a Assembléia sinodal –, tanto que se acredita mais na fidelidade ao time de futebol do que no matrimônio.
E a Igreja não pode calar-se, não porque conservadora de um instituto obsoleto, mas porque está em jogo a estabilidade da própria sociedade.
Daí, o convite a colocar a família no centro da política, da economia e da cultura, bem como o auspício de que a Igreja saiba tornar-se "família das famílias", inclusive das famílias feridas.
No fundo - e aí a pergunta dos Padres sinodais se torna autocrítica –, hoje a Igreja não é, talvez, mais uma instituição do que uma família?
Em seguida, os Padres sinodais abordaram a questão do diálogo, outro caminho necessário para a nova evangelização. É claro, do ponto de vista inter-religioso existe a dificuldade, em alguns países, de um diálogo com o Islã, como no Paquistão, onde vigora a lei da blasfêmia, ou no Oriente Médio, onde os cristãos são cada vez menos.
O que fazer? O Sínodo aposta nos jovens muçulmanos, sempre mais atraídos pelo Evangelho no qual encontram alegria, liberdade e amor. Relançando o significado profundo da Boa Nova – explicam os bispos – se poderá evitar também a confusão entre a secularização e o cristianismo, tão freqüente no mundo muçulmano.
Nessa ótica, insere-se também uma escola de catequese para adultos, que cada vez mais abandonam o papel de educadores, preocupando-se com os jovens, mas não cuidando deles suficientemente.
Os catequistas adultos podem tornar-se testemunhas e portadores de fé, obtendo, por vezes, resultados melhores do que os próprios sacerdotes, afirmam os Padres sinodais.
No campo ecumênico o desafio não é menor: a divisão entre cristãos é, sem dúvida, o grande obstáculo da nova evangelização, divisão essa que não é inócua em relação à descristianização da Europa e da sua atual fraqueza política e cultural.
Nesse sentido, uma maior cooperação e uma estratégia pastoral concordada entre católicos e ortodoxos seria um baluarte contra a secularização, bem como um sinal forte em relação ao Islã.
Dentre outras sugestões feitas no Sínodo em favor da nova evangelização encontra-se a promoção de peregrinações, como momento de renovação da fé e de "sintonia" da Igreja com as interrogações presentes no coração do homem, de modo que compreenda a meta de seu caminho.
Por fim, ao término dos trabalhos da tarde desta segunda-feira, os Padres sinodais assistem, à noite, ao filme "Os sinos da Europa". Produzido pelo Centro Televisivo Vaticano – junto com outras instituições –, o filme é uma viagem da fé pela Europa e traz muitas entrevistas inéditas, dentre elas uma também com Bento XVI.


FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Zé e Jesus


Um homem que vivia sua vida na roça passava diante de uma Igreja e deixava sua enxada na porta, entrava e se colocava diante da imagem de Jesus na cruz, e olhava para ele e dizia: Jesus é o Zé e ia embora.

O padre daquela Igreja resolveu um dia perguntar aquele homem simples, analfabeto o que ele fazia diante da imagem todos os dias, sendo que ele não sabia rezar.

O homem respondeu ao padre: eu chego aqui olho para ele, ele olha pra mim eu digo Jesus é o Zé e vou embora.

Certo dia este simples homem adoece e fica internado por alguns dias.

As enfermeiras daquele hospital percebem que houve uma grande melhora em todos os pacientes.

E perguntam: porque vocês melhoram tão rápido assim.

Eles respondem que é por causa da visita que Zé recebe todos os dias.

As enfermeiras ficam admiradas pois nunca viram ninguém visitar o Zé.

Foram então ao quarto do Zé e perguntaram: quem te visita todos os dias sendo que nunca vi?.

E o Zé responde: sabe aquela cadeira que esta ali, pois é ele todo dia vem na mesma hora senta ali e fala Zé é Jesus e vai embora.

Moral da história: não precisamos ser doutores para podermos entrar em contato com Deus, todos somos filhos de Deus.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Confrade Sideny de Oliveira assume o Departamento Nacional de Comunicação

COMUNICADO IMPORTANTE: O Departamento Nacional de Comunicação da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) passa a ser coordenado pelo confrade Sideny de Oliveira, da área do Conselho Metropolitano de São Paulo. Ele entra em substituição ao confrade Ricardo Fonseca, que precisou deixar a pasta.
A nomeação do confrade Sideny aconteceu por meio de uma Circular, divulgada na semana passada. Ele atualmente também está na diretoria do Conselho Nacional do Brasil (CNB), na função de diretor para relações internacionais. O vicentino vai conciliar as duas funções.
Na Circular, Ada Ferreira e Carlos Henrique David (Kaike), respectivamente presidenta e vice do CNB, manifestaram a alegria em ter o confrade Sideny na condição de responsável pelo Departamento. "Destacamos nossa alegria com o 'SIM' do confrade Sideny e temos a confiança de que sua indicação foi aceita por intercessão do Espírito Santo. Acreditamos que poderá conduzir o Decom sempre embasado nos princípios básicos de nossa Sociedade de São Vicente de Paulo e fazendo de seu trabalho mais um serviço que beneficie sempre aos Pobres".
Para ler a Circular na íntegra, CLIQUE AQUI!

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Coletânea apresenta fé de Frederico Ozanam


As Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo reuniram materiais que destacam como Antonio Frederico Ozanam - principal fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) - sempre foi temente a Deus. São duas passagens dos padres Mizaél Poggioli e Ronald Ramson (este último já publicado no SSVPBRASIL), além de pensamentos do beato sobre a fé. Confira:

A FÉ DO BEM-AVENTURADO FREDERICO OZANAM
A fé foi o fogo sagrado de Frederico Ozanam. Era, ao mesmo tempo, uma virtude a fomentar e um dom a partilhar. Foi em sua vida uma graça e uma herança que o tornava, justificadamente, orgulhoso e desejoso de proclamá-la em público. Foi a fé que lhe assegurou a distinção e o impulsionou a servir os Pobres com inteligência, humildade e misericórdia. Frederico compreendeu a importância de que os cristãos fossem e parecessem apóstolos enviados a lutar contra a insensibilidade do mundo com o fogo ardente da fé. Ele percebeu a importância do apoio fraterno para a prática das obras de misericórdia. Sobretudo, via Cristo na pessoa dos Pobres e se comportava diante deles como os verdadeiros representantes de seu Mestre.
Ramson, Ronald, C.M., Rezando com Frederico Ozanam, 2011.
Frederico Ozanam foi um caso especial na história de seu tempo. Nele se encontra toda riqueza de um homem de ciência que afirma sua fé católica sem arrogância nem timidez. Viveu sempre atento às necessidades do mundo e preocupado com o testemunho de sua fé e de sua ação cristã no meio intelectual em que vivia e trabalhava. Mais ainda, teve particular preocupação com os Pobres. Trabalhava incansavelmente para poder ajudá-los a saírem das situações de vulnerabilidade em que viviam. O sentido primário de Frederico Ozanam era testemunhar Jesus Cristo e a Igreja, mostrando que a fé dos cristãos e das cristãs deve inspirá-los a trabalhar de forma concreta para o bem dos Pobres, tanto material como espiritualmente falando.
Poggioli, Mizaél Donizetti, C.M., Fundamentos da Espiritualidade de Frederico Ozanam, 2009.
Alguns pensamentos do Bem-aventurado Frederico Ozanam sobre a FÉ:
“Conheci as dúvidas do século presente, mas toda minha vida me convenceu de que não há repouso para o Espírito e para o coração, a não ser na fé da Igreja e em sua autoridade”.
“A causa da ciência cristã, a causa da fé é o que possuo nas raízes do meu coração, e em qualquer humilde condição em que possa servi-la, usarei dignamente os anos que me forem concedidos viver sobre a terra.”
 “Aprendamos, antes de tudo, a defender nossa crença sem odiar nossos adversários, a apreciar aqueles que não pensam como nós, a reconhecer que há cristãos em toda parte e que Deus pode ser servido agora e sempre! Vamos reclamar menos de nossa época e mais de nós mesmos. Não desanimemos, mas sejamos melhores!”
“Não é uma haste frágil o que necessitamos para nos servir de apoio na nossa jornada terrena. Serão antes duas asas, dessas que os anjos têm: a fé e a caridade”.
“Não foi nosso primeiro objetivo socorrer aos Pobres, não: socorrer os Pobres foi apenas um meio. Nossa intenção foi de manter-nos puros na fé católica e testemunhá-la para os outros por meio da Caridade. A Caridade nos ensina que quando visitamos os pobres, nós ganhamos muito mais do que eles”.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vídeo mostra: caridade gera caridade


Se 'gentileza gera gentileza', caridade também gera caridade. A instituição beneficente Life Vest Inside elaborou um vídeo que mostra como um pequeno gesto de generosidade pode mudar a vida das pessoas. A produção já foi vista mais de 7 milhões de vezes.
Está com dúvida sobre qual material apresentar durante a Leitura Espiritual de sua Conferência? Que tal uma reflexão sobre o vídeo?
Life Vest Inside faz produções que incentivam programas educacionais.


FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O tempo


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando de vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Moçambique celebra 20 anos de paz

Moçambique celebrou no dia 4, os 20 anos do histórico Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em 1992. Infelizmente, a comemoração não reuniu o governo e a Renamo, os protagonistas que rubricaram o pacto há 20 anos, informou a agência Lusa.
As cerimónias centrais serão dirigidas pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza (foto), na Praça da Paz, na capital do país, Maputo, enquanto o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, irá reunir os seus militantes na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique. O líder do então movimento rebelde Afonso Dhlakama tem primado pela ausência nestas cerimónias. Foi ele quem assinou o acordo de paz, na capital italiana, Roma, com o então presidente moçambicano, Joaquim Chissano.
Não haverá comemorações conjuntas por causa do problema politico actual de Moçambique que é o Lei Eleitoral. Nesta quarta e quinta-feira Afonso Dhlakama preside em Quelimane a uma reunião da comissão política da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que deverá homologar a ameaça da não realização de eleições autárquicas do próximo ano, caso o país não aprove uma nova lei que torne o processo eleitoral transparente.
Também a Igreja católica em Moçambique se associa a estas celebrações, com encontros de reflesão, marchas e vifílias, assim como com celebrações eucarísticas de ação de graças.
Na catedral de Maputo, já ontem à noite teve lugar uma vigília de oração presidida pelo arcebispo, D. Francisco Chimoio. Neste dia 5, desfila na capital moçambicana uma Marcha pela Paz, a partir da Praça da Independência até à Praça da Paz, onde tem lugar uma celebração ecuménica.
Na Beira, tem lugar no Pavilhão dos Desportos, às 10 horas da manhã, um a celebração ecuménica. Idêntica celebração, em Nampula, às 14 horas.

FONTE: RÁDIO VATICANA/ssvpbrasil.org.br

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Lideranças vicentinas vão traçar metas para 2013

O Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo (CNB/SSVP) organiza, anualmente, um encontro em nível nacional, quando se discute diretrizes do trabalho vicentino. Em 2012, o evento será realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 1° a 4 de novembro.

Participam: um representante de cada Conselho Metropolitano (preferencialmente o presidente) e os membros da diretoria do CNB.
Na oportunidade, os participantes farão um treinamento para cargos de presidência, ministrado pela consócia Ada Ferreira (presidenta nacional), conforme orientações do Conselho Geral Internacional. Haverá a cooperação dos confrades Júlio Marques e Renato Lima.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Papa pede orações pelo 'Ano da Fé' e Sínodo dos Bispos


No final da Audiência Geral desta Quarta-Feira, Bento XVI recordou a visita que amanhã fará ao Santuário de Loreto, nos 50 anos da célebre peregrinação do Papa João XXIII, na semana anterior à abertura do Concílio Vaticano II.
Peço-vos que se unam à minha oração confiando à Mãe de Deus os principais eventos eclesiais que iremos viver brevemente: o Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização - foram estas as palavras do Santo Padre que ainda colocou sob a protecção da Virgem Santa Maria a missão da Igreja de anunciar o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo.
Na catequese da audiência, na Praça de S. Pedro o Santo Padre, tal como na semana passada, falou da liturgia, como oração. Eis as suas palavras em lingua portuguesa:
"Queridos irmãos e irmãs,
Orar é estar habitualmente na presença de Deus, viver a relação com Ele à semelhança das relações que temos com os nossos familiares e pessoas que nos são caras. Por meio da oração entramos numa relação viva de filhos de Deus com o Pai, por meio de Jesus Cristo, no Espírito Santo. Neste sentido, não podemos esquecer que a Igreja é o único lugar onde podemos encontrar a Cristo como Pessoa vivente, sobretudo nas celebrações litúrgicas. De fato, a liturgia, ao fazer presente e atual o Mistério pascal de Cristo, faz com que Deus entre na nossa realidade, permitindo-nos encontrá-Lo e, por assim dizer, tocá-lo. Assim, na liturgia aprendemos a fazer nossas as palavras que a Igreja dirige ao seu Senhor e Esposo, o que nos leva a compreender que a oração tem uma dimensão coletiva: não podemos nunca rezar a Deus de um modo individualista. Por isso a liturgia deve ser fiel às formas da Igreja Universal, não podendo ser modificada pelos indivíduos, sejam sacerdotes ou leigos, pois mesmo na celebração litúrgica da menor das comunidades, a Igreja inteira está presente.
Amados peregrinos vindos do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa: sede todos bem-vindos! Aprendei a viver bem a liturgia, pois esta é o caminho para dirigir o vosso olhar a Deus, superando todo individualismo e egoísmo, através da comunhão com a Igreja viva de todos os tempos e lugares. Que Deus vos abençoe! Obrigado!"

FONTE: RÁDIO VATICANA/ssvpbrasil.org.br

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Padre Ronald Ramso decreve fé de Frederico Ozanam


Com a aproximação do Ano da Fé, iniciado no próximo dia 11 de outubro, o padre Ronald Ramson convida os vicentinos a viverem intensamente o testemunho de amor incondicional a Deus, deixado por Antonio Frederico Ozanam - fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). O norte-americano padre Ronald é da Congregação da Missão, Ramo da Família Vicentina, e a reflexão foi divulgada no site internacional das Filhas da Caridade.
Para o religioso, "(...) a fé era o fogo sagrado para Frederico Ozanam. Era tanto uma virtude a ser alimentada e um dom a ser partilhado. Foi uma graça e uma herança de sua vida que o fez justificadamente orgulhoso e insistente em sua fé. Deu-lhe a nobreza ao chamado para servir aos Pobres com inteligência, misericórdia e humildade".
Padre Ronald também pede que os católicos combatam as intempéries atuais. "Frederico compreendeu a importância de os cristãos serem vistos como apóstolos enviados para combater a frieza do mundo, pelo fogo ardente da fé. Ele viu a importância do apoio fraterno em praticar as obras de misericórdia. Acima de tudo, ele viu Cristo na pessoa dos Pobres".

ANO DA FÉ
O Ano da Fé foi proclamado pelo Papa Bento XVI com a Carta Apostólica Porta fidei.Ele tem início no próximo dia 11 de outubro e é realizado em ocasião dos 50 anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II e dos 20 anos de publicação do Catecismo da Igreja Católica.

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL

terça-feira, 2 de outubro de 2012

HOMILIAS DE OUTUBRO: confira reflexões


Iniciado mais um mês e a Congregação da Missão - Ramo dos padres vicentinos - con tinua o trabalho de divulgar a reflexão dos Evangelhos dominicais. As explicações são pistas que facilitam a compreensão das M issas. Confira:

VIGÉSIMO SÉTIMO DOMINGO COMUM (07.10.12)
Mc 10, 2-16
“O que Deus uniu, o homem não deve separar”

Continuando a caminhada d’Ele rumo a Jerusalém, onde o poder central religioso-político vai condená-Lo à morte, no intuito de acabar não somente com a pessoa d’Ele, mas, com o seu ensinamento d’Ele, Jesus, no texto de hoje, entra primeiro em controvérsia com os fariseus, os guardiães da prática fiel da Lei. Esses, que gozavam de prestígio diante da população mais simples, se auto-outorgavam o direito de serem os únicos intérpretes autênticos da vontade de Deus. Por isso, entram em conflito com Jesus, não na busca de conhecer melhor a vontade do Pai, mas, como ressalta o texto “para tentá-lo” (v. 2). O campo de batalha escolhido era o debate sobre o divórcio. O texto de referência para eles era Dt 24, 1-4, onde não se trata da legitimidade do divórcio, mas, dos critérios para que possa acontecer.
O evangelho de Mateus, no Capítulo 19, deixa mais claro do que Marcos o sentido do debate (Mt 19, 1-9). O pano de fundo eram os critérios necessários para que um homem pudesse divorciar a sua mulher (nem se cogitava a mulher pudesse divorciar o marido, pois a mulher era considerada “objeto” que pertencia ao homem!). No tempo de Jesus havia duas tendências, simbolizadas pelas escolas rabínicas dos grandes fariseus Hillel e Shammai. Uma escola, mais laxista (Hillel), ensinava que se podia divorciar a mulher por qualquer motivo, mesmo dos mais banais. A escola mais rigorosa - do Shammai - só permitia o divórcio por motivos muito sérios. Por isso, em Mateus a pergunta se define melhor: “é permitido divorciar a mulher por qualquer motivo que seja?” (Mt 19, 4).
Em ambos os evangelhos, Jesus se recusa a entrar no debate de casuística que cercava a questão e se limitava a reafirmar o projeto do Pai para o casamento: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Aqui, Jesus reafirma com toda firmeza o ideal do casamento cristão - uma união permanente, baseada no amor, e fortalecida pela graça do sacramento. Seria inútil buscar nesse trecho uma teologia mais desenvolvida do casamento, muito menos orientações pastorais para os problemas práticos de casamentos malsucedidos, pois, isso não foi a intenção do autor. Marcos simplesmente reafirma o princípio de que “o que Deus uniu, o homem não deve separar”. Deixa em aberto a questão de quando é que Deus realmente uniu o casal! Será que, só porque passaram por uma cerimônia validamente celebrada na igreja, um casal é necessariamente unido por Deus? Os problemas reais são muito mais complexos, angustiantes e difíceis de serem solucionados.
O trecho continua com a questão das crianças. A questão aqui não é a criança como símbolo da inocência; mas, de dependência. As crianças e os que se assemelham com elas vivem essa situação de dependência, de “sem-poder”. Quem quer entrar no Reino de Deus terá que abrogar-se de todo poder dominador, tornando-se como criança.
Negando de aceitar a situação em que a mulher era simples objeto de posse do homem e assim passível de ser divorciada, e propondo o fraco e dependente como modelo, em uma sociedade que valorizava o prepotente, Jesus mostra que os valores do Reino de Deus estão na contra-mão dos valores da sociedade do seu tempo - e de hoje. Propõe uma igualdade de dignidade entre homem e mulher, uma fidelidade e compromisso permanentes, e a busca de uma vida de serviço e não de dominação! Realmente, uma proposta no contra-fluxo da sociedade pós-moderna que nega o permanente, perpetua o machismo e admira o poderoso e dominador! O texto de hoje nos convida para que, entremos “com Jesus, na contra-mão” e para que criemos uma sociedade baseada em outros valores do que os hoje em vigor, às vezes até no seio das próprias igrejas.

FESTA DA NOSSA SENHORA APARECIDA (12.10.12)
Jo 2, 1-12
“Façam tudo o que ele lhes disser”

A primeira parte do Quarto Evangelho é comumente chamada “O Livro dos Sinais”, pois, o evangelista relata uma série de sete sinais que, passo por passo, revelam quem é Jesus, e qual é a missão d’Ele (embora algumas bíblias traduzam o termo grego por “milagre”, a tradução mais correta é: “Sinal”). O primeiro desses sinais aconteceu no contexto das bodas de Caná, o nosso texto de hoje. Como quase todo o Evangelho de João, o relato está carregado de simbolismos, onde pessoas, números e eventos funcionam simbolicamente, para nos levar além da superfície das coisas, em uma caminhada de descoberta sobre a pessoa de Jesus.
Um dos temas centrais do quarto evangelho é o da “hora” de Jesus. A “hora” não se refere à cronometria, mas à hora de glorificação de Jesus, por sua morte e ressurreição. Em resposta ao pedido feito por Maria (note que João nunca se refere a Ela pelo nome, mas pelo título “mulher”), usando de uma maneira um tanto estranha este termo para a mãe d’Ele, João quer indicar que Jesus rejeita uma esfera meramente humana de ação para Maria, para reservar para Ela um papel muito mais rico, ou seja, o da mãe dos seus discípulos. Maria somente vai aparecer mais uma vez neste evangelho - ao pé da cruz, onde Ela e o Discípulo Amado assumem um relacionamento de Filho e Mãe. Devemos lembrar que o Discípulo Amado simboliza a comunidade dos discípulos/as do Senhor.
Não devemos reduzir a ação da Maria no texto à de uma incomparável intercessora. Embora seja comum esta interpretação na devoção popular, não se sustenta do ponto de vista exegético. É melhor ver Maria aqui como discípula exemplar, pois embora a resposta de Jesus indique um distanciamento entre a sua expectativa e a visão d’Ele, Ela continua com confiança n’Ele e leva outros a acreditar nele: “Façam tudo o que Ele lhes disser”.
O simbolismo da água tornada vinho é também importante. Não era qualquer água - era a água da purificação dos judeus. Com essa história, João quer mostrar que doravante os ritos judaicos de purificação estão superados, pois a verdadeira purificação vem através de Jesus. Podemos entender isso como a mudança de uma prática religiosa baseada no medo do pecado, uma prática que excluía muita gente considerada impura, para uma nova relação entre Deus e a humanidade, a partir de Jesus. Assim, em Caná Jesus começa a substituir as práticas do judaísmo do Templo, o que vai continuar ao longo do Evangelho de João.
A quantia do vinho chama a atenção - 600 litros! O vinho em abundância era símbolo dos tempos messiânicos, e na tradição rabínica, a chegada do Messias seria marcada por uma colheita abundante de uvas. Assim João quer dizer que a expectativa messiânica se realiza em Jesus. E as talhas transbordantes simbolizam a graça abundante que Jesus traz.
A figura do mestre-sala é também simbólica, bem como a dos serventes. Aquele que devia saber a origem do vinho da festa, não o sabia, enquanto estes, sabiam. Assim, o mestre-sala representa os chefes do Templo que não sabiam a origem de Jesus enquanto os servos representam os discípulos que acreditaram n’Ele.
Fazendo comparação entre o vinho antigo e o novo, João quer reconhecer que a Antiga Aliança era boa, mas a Nova a superou. Os ritos e práticas judaicos, ligados à purificação e ao sacrifício, não têm mais sentido, pois uma nova era de relacionamento entre a humanidade e Deus começou em Jesus.
O ponto culminante do relato está em v. 11: “Foi em Caná que Jesus começou os seus sinais, e os seus discípulo acreditaram n’Ele”. A fé deles não é intelectual ou teórica, mas o seguimento concreto do Mestre, na formação de novos relacionamentos de amor. Passo por passo, o autor vai revelando Jesus através de sinais para que nós, os leitores, possamos “acreditar que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. E para que, acreditando, tenhamos a vida em seu nome” (Jo 20, 31).

VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO COMUM (14.10.12)
Mc 10, 17-30
“Como é difícil entrar no Reino de Deus”

O nosso texto inicia-se com a frase: “Quando Jesus saiu de novo a caminhar”. Mais uma vez, estamos na caminhada com Jesus, na caminhada que é uma aprendizagem para o discipulado, uma caminhada que o leva cada vez mais perto a Jerusalém, lugar da crise definitiva da sua vida. Ao longo dessa caminhada, Jesus luta com a incompreensão dos seus discípulos, até dos mais chegados a Ele, pois a mentalidade deles era formada pela ideologia dominante, e assim tinham a maior dificuldade em apreciar a reviravolta de valores que Jesus e a sua mensagem significavam. Nos domingos anteriores, vimos essa tensão no trato das questões do poder, do divórcio, das crianças. No nosso texto de hoje, Jesus põe em cheque o ensinamento comum sobre a riqueza e a pobreza.
A cena é muito conhecida - um homem pede orientação sobre como entrar na vida eterna. Em um primeiro momento, Jesus coloca diante dele a exigência conhecida por todo judeu piedoso e ensinada pelas escolas rabínicas - o cumprimento dos mandamentos. Mas o homem - sem dúvida um praticante piedoso da Lei - sente que isso não é o suficiente, antes, é o mínimo. Assim, Jesus põe diante dele as exigências do Reino - o seguimento d’Ele, o despojamento dos bens, a partilha e a solidariedade. Isso o homem é incapaz de aceitar. Estava amarrado aos seus bens, pois era muito rico (v. 22). Fez a sua opção - optou por uma vida “regular” que não exigisse partilha nem despojamento, e como consequência foi embora “muito abatido” - pois tinha colocado bens secundários acima do bem maior.
Porém, o centro do relato está no debate entre Jesus e os discípulos d’Ele. O Mestre afirma que “é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” (v. 25). Muitas vezes gastamos tanta energia em debater o que significa “o buraco da agulha” (quase sempre tentando diminuir o seu impacto!) e deixamos de lado o aspecto mais importante - a reação dos discípulos! Eles ficaram “muito espantados” quando ouviram isso e se perguntaram “então quem pode ser salvo?”. Por que ficaram espantados? O que houve de espantoso na colocação de Jesus? Aqui está o âmago da questão.
O espanto dos discípulos - também todos judeus praticantes e piedosos - era causado pelo fato de que, na ideologia religiosa vigente, a riqueza era considerada sinal da bênção de Deus, e a pobreza como sinal da maldição (uma ideia presente em certas seitas hoje e que às vezes infiltra certas pregações sobre o dízimo na própria Igreja Católica!). Para eles, quem não iria se salvar era o pobre, pois o rico era abençoado. Aqui é bom lembrar que se trata de “entrar no Reino de Deus”, o que não é sinônimo de salvação eterna. A salvação depende da gratuidade e misericórdia de Deus, e diante de tal mistério só cabe à gente calar-se. Mas, o Reino de Deus deve ser uma experiência já existente entre nós, mesmo que não em plenitude, e que significa experimentar na vida os valores do Reino. O rico dificilmente entra nesta dinâmica porque normalmente é auto-suficiente, atrelado a um sistema classista e injusto, e com grande dificuldade tanto de repartir como de sentir a sua dependência de Deus.
A proposta de Jesus desafia as ideologias que veem a riqueza como sinal da bênção de Deus. A proposta d’Ele não é a riqueza, mas a partilha; não é a acumulação, mas a solidariedade e a justiça, para que todos possam ter o suficiente. O texto deixa claro que quem quer viver esta proposta vai sofrer, pois o mundo não vai aceitá-la. Quem segue Jesus na prática da solidariedade, encontra uma felicidade mais duradoura, mas com perseguição; porém, já vive a certeza da plenitude do Reino que virá (v. 29-31).

VIGÉSIMO NONO DOMINGO COMUM (21.10.12)
Mc 10, 35-45
“Quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos.”

No esquema do Evangelho de Marcos, o texto de hoje situa-se quase no fim da caminhada de Jesus com os seus discípulos para Jerusalém, o lugar do desfecho de toda a missão d’Ele. Pela terceira vez, Ele tem dado aos seus mais íntimos colaboradores o anúncio sobre a sua paixão e morte: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão caçoar d’Ele, cuspir n’Ele, vão torturá-lo e matá-lo”. De novo, uma colocação mais do que clara sobre o que significa ser o messias de Deus que não surte efeito - os discípulos, cegados pela ideologia dominante, não são capazes de entender o sentido da vida de Jesus, e, por conseguinte, o sentido de ser discípulo d’Ele. Como Pedro, depois do primeiro anúncio, e todos os Doze depois do segundo, João e Tiago conseguem resistir ao ensinamento de Jesus, numa tentativa de impor a sua própria agenda!
Apesar de ouvirem que Jesus veio para dar a sua vida em serviço de todos, os irmãos pedem os primeiros lugares quando Jesus entrasse na sua glória. O desejo de dominar estava muito enraizado neles. É tão gritante o descompasso entre o ensinamento de Jesus e os desejos dos dois irmãos, que, Mateus, relatando a mesma historia, suaviza o texto de Marcos, fazendo com que a mãe deles fizesse o pedido! (Mt 10, 20). A queixa de Deus no Antigo Testamento de que o seu povo era um povo de “cabeça dura” se atualiza nos Doze!
Mas, não podemos pensar que eram só os dois filhos de Zebedeu que sentiram o gosto pela dominação. É interessante notar a reação dos outros dez diante do pedido feito: “Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar com raiva de Tiago e João” (v. 41). Por que ficaram com raiva? Não porque achavam sem sentido o pedido dos dois, mas porque, no fundo, cada um deles queria ter o lugar de honra e poder! O vírus de dominação é mais do que contagioso!
Mais uma vez, Jesus demonstra paciência histórica com os seus seguidores. Contrasta o sistema de organização da sociedade com aquele que queria para a comunidade dos seus discípulos: “entre vocês não deve ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servo de vocês; e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos” (vv. 43-44). E deixa bem claro o motivo - não por causa de uma humildade qualquer, mas porque Ele nos deu o exemplo: “porque o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos” (v. 45). Ser discípulo de Jesus é ter o mesmo ideal, a mesma prática que Ele!
O texto torna-se muito atual para os dias de hoje. Infelizmente, o contraste feito por Jesus entre os seus seguidores e o sistema da sociedade secular nem sempre se verifica. Existe, nos últimos anos de forma mais acentuada, uma busca de status e do poder dentro do seio das igrejas, talvez especialmente entre o clero mais jovem. Mas, ninguém pode se achar imune diante desta tentação, pois está bem enraizada dentro de todos nós. Somente uma mística bem cultivada do seguimento de Jesus, fundamentada na Palavra da Escritura, poderá nos ajudar para que realmente construamos uma Igreja onde se demonstre que “entre vocês não deve ser assim”.

TRIGÉSIMO DOMINGO COMUM (28.10.12)
Mc 10, 46-52
“E seguia Jesus pelo caminho”

Estamos no fim da caminhada de Jesus, de Cesaréia de Felipe até a sua morte e ressurreição em Jerusalém. No texto de hoje, Marcos encerra o bloco todo da caminhada com o último milagre de Jesus que ele relata - a cura do cego Bartimeu.
O texto começa com um senso de urgência - chegaram a Jericó e logo saíram. Parece que Jesus têm pressa para caminhar até Jerusalém. E lá está o cego Bartimeu. Onde? Sentado à beira do caminho! Enquanto Jesus está “a caminho” com os discípulos d’Ele, o cego está à beira do caminho! Simboliza todos os que não conseguem caminhar no discipulado, e estão parados, à beira do caminho do seguimento de Jesus.
Este texto está bem carregado de sentido. Logo que Bartimeu ouve que é Jesus que passa, ele grita fortemente! “Filho de Davi, tem piedade de mim!” É de novo um dos temas centrais da Bíblia - o grito do pobre e sofrido! Desde o grito do sangue de Abel, passando pelo grito do Êxodo, de Jó, dos pobres nos Salmos, de Bartimeu, de Jesus na Cruz, dos martirizados do Apocalipse, o tema do grito do sofrido perpassa toda a Escritura, com a garantia de que Deus ouve esse grito. Mas, a reação dos transeuntes é típica - mandam que Bartimeu se cale! O poder dominante sempre quer abafar o grito do excluído! Isso não mudou até os dias de hoje! Até nas Igrejas existe quem não queira ouvir o grito, e faz de tudo para abafar qualquer iniciativa popular. Mas, Deus ouve!
Com um fino toque de ironia, o texto mostra como, por causa da atitude de Jesus, os mesmos que o mandaram calar, agora têm que convidá-lo para falar com Jesus. Porém, para isso, Bartimeu tem que lançar fora o manto - a única coisa que ele possuía, a sua única segurança. É a sua roupa, o seu cobertor à noite, o que ele usa para recolher as esmolas. Ele o joga fora, embora seja cego, e não tem certeza que vai ser curado. Como os primeiros discípulos no lago (Mc 1, 18.20), ele aprende que não é possível seguir Jesus sem deixar algo, sem arriscar a segurança humana para experimentar a mão de Deus.
É bom notar que Jesus não parte imediatamente para a ação. Ele respeita a liberdade do cego e pergunta “o que quer que eu faça por você?” (v. 51). Pois, Jesus não obriga ninguém a se libertar - há quem prefira ficar sentado à beira do caminho, no seu comodismo e não opte pela libertação. Mas, Bartimeu quer ver de novo - diferente do cego de Jo 9 - cego de nascença - ele via anteriormente e tinha perdido a visão. Aqui ele simboliza a comunidade marcana pelo ano 70, que tinha perdido a clareza da fé, e que precisava o toque de Jesus para que voltasse a ver claramente.
Curado, Bartimeu recebe licença para ir, para seguir a sua vida. Mas, ele faz uma outra opção: “no mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho” (v. 52). Ele usava para Jesus um titulo não muito adequado “filho de Davi”, pois em Mc 12, 35-37, Jesus fez muitas restrições a este título messiânico, mas ele tem a prática certa - segue Jesus pelo caminho. Aqui Marcos faz contraste com a figura de Pedro, que tinha o título certo “Tu és o Messias” (Mc 8, 29), mas a prática errada! Não quis que Jesus caminhasse para a morte! Assim, aqui, o modelo de discípulo não é Pedro; mas, Bartimeu! Pois, mais importante do que os títulos e expressões teológicas, sem negar a sua importância relativa, é a prática do seguimento de Jesus! Um alerta para todos nós, para que a nossa prática seja coerente com a nossa fé, no seguimento de Jesus, em favor do Reino de Deus!

FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL