terça-feira, 5 de junho de 2012

Bispos falam da importância da festa de Corpus Christi


No dia 7 de junho a Igreja celebra a festa do Corpo de Deus, mais conhecida como “Corpus Christi”. É uma festa onde é feita uma procissão pública pelas vias públicas, com o objetivo de pulsar, entre os diocesanos, o espírito de unidade e fraternidade, por meio da celebração solene do mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. A celebração, de acordo com o Código de Direito Canônico (cân. 944), é presidida pelo bispo de cada diocese, com a presença real de Cristo na Eucaristia. A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.
No Brasil, a festa acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Na data existe a tradição de enfeitar as ruas com tapetes feitos com serragem colorida, flores, vidro moído, dolomitas, pó de café e outros materiais. Esses tapetes, de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa, possuem longas extensões, e cobrem o trajeto por onde passará a procissão de Corpus Christi. Essa procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto, e hoje, é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
O cardeal Odilo Pedro Scherer e arcebispo de São Paulo (SP), em artigo publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, afirma que Corpus Christi “destaca o dom da Eucaristia e coloca em evidência os mistérios centrais de nossa fé e da vida cristã”.
“Saímos de nossas igrejas e vamos, com Jesus na Eucaristia, para as ruas e praças de nossas cidades, anunciando que “Ele está no meio de nós” e habita conosco e orienta nossa história; nossas atividades cotidianas, nossas ocupações profissionais e responsabilidades sociais, nosso convívio social, nada disso é indiferente à nossa fé: em tudo somos “testemunhas de Deus”, discípulos missionários de Jesus Cristo”, descreveu o arcebispo de São Paulo.
Em artigo intitulado por ‘Festa do Corpo de Deus’, o bispo de Santa Cruz do Sul (RS), dom Canísio Klaus diz que Corpus Christi é uma “manifestação pública de fé, Corpus Christi é a festa da comunhão e da ação de graças. Por meio dela, enquanto se elevam hinos de ação de graças, se expressa também o desejo de viver uma íntima relação com Deus e uma fraterna comunhão com os irmãos”.
Para o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), dom Orani João Tempesta, a solenidade de corpus Christi traz à tona a reflexão das responsabilidades cristãs, perante à vida e ao evangelho. “É a grande solenidade que nos pergunta sobre o Mistério da presença de Deus na história e em nossa vida. É também uma oportunidade de, nestes tempos de perda de valores, principalmente do esquecimento de Deus, cada um de nós nos recolocarmo a caminho d’Aquele com quem já nos encontramos, mas que necessitamos de continuar buscando-O ainda mais. Esta solenidade coloca-nos no centro e sentido de todas as demais celebrações.”
A festa relembra que durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue. Durante as celebrações, por meio da Eucaristia, Jesus mostra que está presente e se faz alimento para o espírito, o que dá força e resignação aos seus filhos para seguir em frente, tendo atitudes cristãs perante a vida.
A origem da festa
Decretada em 1269 e instituída pelo papa Urbano IV, a festa de Corpus Christi teve sua origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Por meio da da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", o papa estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), que ainda nos dias atuais é usado e cantado nas liturgias do dia, por mais de 400 mil sacerdotes em todo o mundo.
FONTE: CNBB/ssvpbrasil.org.br

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