quarta-feira, 4 de abril de 2012

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO


Abra a janela e olhe.
Já reparou o porquê deste silêncio?
Onde estão os pássaros que
cantavam alegremente em pleno
amanhecer?...
E o sol?
Olhe novamente...
onde está aquele sol de irradiante
luz, marcando presença
e dando um brilho todo especial
à natureza que sem ele perde
a transparência em meio à neblina
e, à relva embaçada?
E, alguma coisa está errada...
É sexta-feira.
Dia de recolhimento,quando o
caminho da paixão e morte de
Cristo vai findando.
Aquele que fez da morte a única
forma de mostrar e trazer
aos homens a libertação total.
Se algumas palavras não bastaram,
se suas ações não convenceram,
resta-lhe a vida a ser entregue
pela vida da humanidade.
A vida sem-voz e sem-vez.
A vida dos que pagam
injustamente o peso de um sistema
perverso e de leis não cumpridas.
A vida dos que agonizam
na enfermidade incurável.
A vida dos menores abandonados,
dos presos, dos torturados,
das prostitutas,
dos sem-terra e sem-teto,
dos desempregados ou submetidos
a um salário de fome.
A vida dos sem-vida.
A vida dos profetas e inocentes.
Cristo representa essas pessoas
marginalizadas por nós
quando não partilhamos
e calamos indiferentes aos apelos
dos pequeninos.
E enquanto sua dor vai ficando
mais intensa, mais ele clama
por nós...
"Meu Deus, meu Deus, porque me
abandonaste?"... E seu povo,
ludibriado pêlos entendidos e
poderosos que não o receberam...
até que suspira.
"Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito."

E a cruz, o madeiro...
fica-nos como sinal do compromisso,
da renúncia, da entrega,
do discernimento.
Símbolo da fé cristã que irradia
aquele que superou a morte,
desafiando o poder de qualquer
império...
Ressuscitando como ninguém
no dia seguinte, com o
cantar dos pássaros e com a luz do amanhecer.
Vale para nós, o mesmo sentido
que São Paulo deu à ressurreição
quando falou aos coríntios.
Nossa pregação e nossa fé
são ilusórias, vazias,
se não acreditamos que Cristo
ressuscitou.
E se nossa esperança nele
é só para esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens.
Vem, Senhor Jesus.
Fonte: Site Catequisar.com.br

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