terça-feira, 18 de setembro de 2012
PARA LEITURA ESPIRITUAL Confira uma reflexão vicentina sobre a 'Parábola dos Talentos'
Está sem ideia sobre qual texto apresentar durante a Leitura Espiritual de sua Conferência? O site SSVPBRASIL sugere a Parábola dos Talentos, no Evangelho de Mateus, capítulo 25, versículos de 14 a 30. Para facilitar a compreensão, o padre Alexandre Nahass Franco - assessor Espiritual do Conselho Nacional do Brasil (CNB) - divulga uma reflexão sobre a passagem bíblica. Confira:
Seja fiel no pouco e Deus lhe confiará mais
O evangelho nos coloca a Parábola dos Talentos, que poderá ser mal compreendida, se não aprofundarmos a reflexão, pois não estamos diante de um simples acerto de contas entre um patrão e seus servos, mas diante de algo muito mais profundo que é o sentido da nossa vida.
A grande pergunta que estará em nosso coração, em nossa mente, quando esta vida estiver se esmorecendo, indo..., é exatamente essa:
Investimos a nossa existência em quê? A vida vale a pena?
Na contabilidade há um demonstrativo em cada final de exercício, que mostra aos investidores e acionistas de que modo foi investido o capital por eles disponibilizado, esse balanço final mostra o Ativo e o Passivo, os ganhos e perdas da empresa, seus direitos e obrigações, seus valores a receber e suas contas a pagar, seu acréscimo patrimonial ou suas perdas, caso houver.
Esta visão permite ao acionista decidir se continuará investindo ou se vai procurar outro negócio mais rentável.
Ora minha gente, Deus Pai investiu muito em cada um de nós... portanto, querer saber no final de nossa vida o que foi que fizemos com o nosso viver, com a sua graça, com esta vida nova, com a obra da salvação... tem até algum sentido!
Só que uma pessoa extremamente bondosa e amorosa para conosco nunca nos cobra nada, pois o seu amor é incondicional e gratuito.
Mas a gente se sente na obrigação de dar um retorno.
Este retorno pode ser uma grande alegria, como a dos dois primeiros servos, que duplicaram os talentos que lhes foram confiados, ou então será um momento de grande tensão e angústia, marcado pelo medo, por causa de uma relação distorcida com o Patrão.
Podemos perceber que os outros dois servos não tiveram a preocupação de justificar o porquê aplicaram bem o talento recebido, pois independente do rigorismo e da exigência do Patrão, sentiram-se no dever de corresponder à confiança neles depositada.
Deus reconhece as nossas limitações, ele sabe muito bem que nem todos irão viver bem, descobrindo o sentido da vida e vivendo na essência do seu amor, e por isso, diante dele é válido todo e qualquer esforço.
E podemos até dizer, que o talento dado, é a própria existência, visível aos nossos olhos, e que os talentos adquiridos com um bom investimento é o nosso esforço de fazer o bem aos outros. E no nosso caso: o bem para os Pobres!
Na hora certa, esta vida poderá nos ser tirada, mas se vivemos bem e fizemos o bem teremos paz!
Porém, aquele que se apegou a esta simples existência, limitando-se a viver com uma curta visão, alimentando sua esperança apenas com aquilo que esta vida terrena pode dar (materialismo, egoísmo,etc) este é o servo Mal e preguiçoso, que investiu mal a sua vida, e que no balanço final da sua existência, já diante de Deus, irá constatar horrorizado, que não auferiu nenhum lucro, e que o que pensava ser um grande lucro, foi na verdade uma grande e terrível perda, e que terminou o seu exercício terreno com um saldo negativo... complicado esta leitura...
Há uma música que eu gosto muito, cujo refrão diz “tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!”
Eis o grande segredo precisamos descobrir (e se já descobrirmos é necessário aprofundar), que o viver não se restringe aos limites do corpo, mas que o homem traz em si as sementes da eternidade, de uma Vida renovada pela qual vale a pena lutar para buscá-la e mantê-la a cada dia, porque os nossos horizontes são muito mais amplos do que nossos olhos podem vislumbrar, e esta descoberta que muda tudo em nossa vida, só ocorre na vida de quem vive na Fé.
Nesta Eucaristia nos coloquemos mais uma vez diante de Deus no sentido de saber com clareza e sinceridade, o que é que estamos fazendo da nossa vida, que são os talentos que Deus nos confiou, sempre é tempo de nos converter, de acertar as contas negativas e fazer novos investimentos na caridade, no amor, na solidariedade como Vicentinos!
A grande diferença da nossa vida de fé e de um controle contábil (que falávamos no início desta celebração), é que o nosso Deus não é avarento nem egoísta, e o pouco que conseguirmos lucrar com a prática do amor cristão, já será suficiente para ouvirmos dele a palavra que o nosso coração anseia: “Porque foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!” Alegria que já experimentamos ainda nesta vida, quando colocamos todos os nossos talentos para servir os Pobres!
FONTE: DA REDAÇÃO DO SSVPBRASIL
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